Fui
Não fui feita para ser guardada para depois. Eu fui feita para o agora. Me deixar guardada para mais tarde, outro dia, outra hora, é garantir que eu não estarei mais aqui. Não sou para o ocasionalmente ou casualmente, sou do frequentemente e esperado. Sou do continuamente e aguardado. E para ser honesta, é impossível guardar para depois quem já é o próprio presente. Presente recebido é para ser aberto na hora, guardar para depois é deixar o presente virar passado.
*As complexidades do amor*
Já fui mais você do que eu,
Como um origâmi,
me dobrei e desdobrei para te agradar,
Buscando uma forma de você me aceitar.
Não é curioso?
A certeza que temos de que,
de alguma forma,
Aquela pessoa irá nos amar?
Não beira a irracionalidade sabermos que,
o amor é leveza e sutileza,
Um ato de doar e somar.
Mas na busca de senti-lo,
de tê-lo e recebê-lo,
Nos dispomos a dar mais do que receber?
A perder partes de nós no processo,
a ter nossas feridas expostas,
Enquanto o outro parece não perceber,
Seguindo adiante sem se importar
pois a expectativa da reciprocidade não é dele,
Não o pertence.
Ah, como dói!
Dói quando nos damos conta
que amar também é deixar ir,
deixar partir.
O amor é livre,
É um pássaro que clama liberdade
para alçar os mais belos voos.
Antes de amar o outro
Ame primeiro a si
Se amar é entender
que não devemos aceitar menos do que merecemos,
De forma clara e consciente.
Saber quem deve ocupar os lugares vagos à nossa mesa
para saborear e desfrutar
de cada segundo ao nosso lado!
E a vida passou, os sonhos ficaram guardados, e tudo mudou.
Me pego a questionar o quanto fui importante em algum momento na vida de alguém.
O vazio as vezes me invade e me assusta.
Estar livre seria uma paz, porém me submete ao medo de enfrentar a minha própria história.
Muitos de distanciaram da minha vida e eu nem sei o motivo, outros se foram para nunca mais voltar e eu não tive tempo de dizer-lhes adeus.
Hoje tudo está diferente, já não tenho mais o mesmo entusiasmo que tinha, tão pouco consigo traduzir em palavras ou em poemas o que antes me era tão espontâneo.
Estranhamente olho as pessoas que hoje estão a minha volta e tenho a sensação de estar vivendo em época diferente delas, me entristeço e me sinto estranha.
Quando foi que me perdi de mim? Não consigo enxergar onde deixei de ser o que eu era e só o que vejo é uma pessoa cansada, medrosa e com o coração confuso.
Não sou mais eu, penso que sou apenas uma pessoa que em algum momento se distanciou de si mesma e não encontra caminho de volta...
Poema de batista_oliveira
só fui saber se era verdade…
naquela tarde achei-te diferente
trazias no teu corpo outro perfume
que me entrou nas narinas como um gume
e pôs em rebuliço a minha mente.
trazias um vestido irreverente
mais curto e decotado que o costume
que me despertou vagas de ciúme
e me alterou a fácies de repente.
não contando comigo até coraste
mas no teu invulgar modo de ser
despiste o teu vestido e me beijaste.
então disseste-me: só fui saber
se era verdade quando me juraste
que eu era ainda um sonho de mulher.
(Soneto decassílabo publicado no meu livro “trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos” editora “Poesia Impossível “ do grupo editorial Atlântico.)
Vi pessoas que eu amei dentro de um caixão, e eu nunca mais fui a mesma pessoa, pois estava naquele caixão junto com elas
Eu dancei na chuva, fui até a borda do mundo, e decidi continuar.
Corri, e fui tão longe que nenhum outro alguém poderia me encontrar.
Me perdera, e não me encontraria novamenete.
Percebi iso quando os céus se fecharam, e não existia nada além do mais profundo silêncio.
Não existia nada que me lembrasse de quem eu era, do futuro que algum dia teve a esperança de me encontrar.
Dancei até o chão sumir, a luz se apagar, o sofrimeneto se dissipar.
Caí no mais profundo e confortável sono.
Despenquei até que meu corpo cedesse, minha mente desligasse, até que eu aprendesse a aceitar.
Dormi debaixo da chuva, caindo da borda do mundo, reconheci a minha escassez de futuro, e enfim encontrei meu lar.
Desisti das minhas ambições, do medo, e abri mão do meu coração.
Deixei tudo acabar, e finalmente, me permiti encontrar.
A MORTE CHEGOU DE BRANCO
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Foi a moça do barranco
que mal a viu se escondeu.
Chegou de branco trazendo
um sopro de terras santas
de rosas castas e rios
onde em claros arrepios
se deita o sonho gemendo...
Chegou de verdes colinas
de longínquos povoados
e tinha toda a pureza
da risada das meninas
das águas virgens das plantas
dos campos mal-assombrados.
Chegou de branco! De branco...
De branco como o silêncio
como as núpcias de branco
como o primeiro suspiro
da moça que no barranco
só por vê-la se escondeu.
A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Me sinto culpado, por não estar do seu lado. Porém, sabemos que, de fato, não fui o autor dos atos.
Quando era mais jovem, gostaria de ser médico, e consegui, só não fui médico, mas continuo sendo o garoto que gostaria de ser um médico.
Não, nunca fui moderna. E acontece o seguinte: quando estranho uma pintura é aí que é pintura. E quando estranho a palavra é aí que ela alcança o sentido. E quando estranho a vida aí é que começa a vida.
Fui mais um nas suas mãos
Não sei se por carência ou falta de opção
Só sei que eu senti amor
Que pena, só eu senti amor
Tenho Dois patos com H
Fui exercitar o corpo
O lápis apareceu em minha mão
Já montei quadrados calculados
Vejo o método, compreendo planos
Sei que algo em mim tem simetria
Lei áurea com encaixe que não rela
Uma geometria que me parece enganosa
Formas que parecem ludibriar
Preguiça em pele de lobo
Cordeiro em pele de irresponsabilidade
Disfarces que enganam até o fantasiado
Traço os pontos e não faço as linhas
As linhas feitas chegaram tarde demais
Promessas vazias e cheias ao mesmo tempo
A culpa não se disfarça e grita
O dedo que aponto é um em cinco
O dedos que me apontam é seis
Juro que tento os semicírculos
Sento no júri que me condena
Círculos, círculos e círculos
A desmotivação sem motivo não veio
A preguiça e a procrastinação sumiram
O interesse nos círculos é genuíno
A validade é até os triângulos se mostrarem
No meio de tantas formas tento e tendo
A promessa ao meu coração é a determinação
Fracasso, perjúrio, inconsistência, gelatina
Frescura, mentira, dissimulação e simulacro.
As garças sobrevoaram o céu
Não consigo ver pela penumbra
Pois as nuvens parecem laranjadas no sol
Gosto de laranja, mas prefiro manga
Suco de frutas para mim tem que ser com água.
Fui quem eu não sou para dizer quem eu sou.
Me afastei para poder me aproximar.
Hoje, convivo com erros de um desconhecido.
Mas de alguma forma, meus erros.
Fio de vida e de linha
correndo em meu tear de infância.
Fui tecendo o meu destino.
Fui tecendo minha infância.
Fui tecendo o fio e o linho
do tear de minha infância.
E os meus olhos se fizeram
tão grandes e tão profundos
para ver no tempo o mundo
do meu próprio passado.
Minha vida ficou presa
em meu tear de menina.
E vou tecendo ainda
no tear do meu passado
os fios de minha vida
e os fios de minha infância.
O tear, velho e desgastado,
mostra sinais de cansaço,
mas continua a tecer
os fios do tempo vivido,
entrelaçando experiências
e memórias de uma vida
Sempre fui metafísico. Só penso na morte, em Deus e em como passar uma velhice confortável.
Quero te contar uma coisa.
Desde que conheci você
A vida foi ficando melhor
Eu fui me tornando uma pessoa melhor
Você me faz tão bem, de inúmeras maneiras
Eu agradeço muito a Deus por ter colocado você na minha vida
Obrigado por fazer os meus dias melhores
❦
Pareço eles
Fui como Pedro em calma
Fui como Eva em obediência
Fui como Davi em verdade
Fui pescadores em mares
Pareço eles
Fui como Jacó em confiança
Fui como Mical em doçura
Fui como Sara em coragem
Fui Sulamita em cantares
Fui Rebeca e Isaac
Fui Terá e José
Fui Maria e Josué
Pareço eles
Trai e a Deus desobedeci
E como foi com eles, ainda está aqui
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