Frases de poetas famosos

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas.

Sei que nunca terei o que procuro
E que nem sei buscar o que desejo,
Mas busco, insciente, no silêncio escuro
E pasmo do que sei que não almejo.

Não são todos que realizam os velhos sonhos de infância.

Em cima do meu telhado,
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater;
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.

E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...

O que têm de bom as nossas mais caras recordações é que elas geralmente são falsas.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Ser poeta não é uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho.

Fernando Pessoa
“O Guardador de Rebanhos”. In: Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.

O mais difícil, mesmo, é a arte de desler.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor. Como as outras, ridículas...

O Verso

O verso é um doido cantando sozinho.
Seu assunto é o caminho. E nada mais!
O caminho que ele próprio inventa..

Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.

A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas, que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta!

O tempo é a insônia da eternidade.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Palavras não são atos.

Biografia

Entre o olhar suspeitoso da tia
E o olhar confiante do cão
O menino inventava a poesia...

Mario Quintana
Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Somos do tamanho que sonhamos.

O espelho refleti certo;
só não erra porque não pensa.

Quando é que eu serei da tua cor,
Do teu plácido e azul encanto,
Ó claro dia exterior,
Ó céu mais útil que o meu pranto?

Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar - ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como à grande indiferença das estrelas.

Dois amantes felizes não têm fim
Nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem
Têm da natureza a eternidade.

Pablo Neruda

Nota: Trecho de "Soneto XLVIII" de Pablo Neruda

O meu coração quebrou-se
Como um bocado de vidro
Quis viver e enganou-se...