Frases de Mario Quintana

Cerca de 599 frases de Mario Quintana

Alguém me disse, com a voz embargada, que agora, sim, estava convencido da existência de Deus, porque os trabalhos psicografados de Humberto de Campos eram evidentemente dele mesmo.
- Mas isso não prova a existência de Deus... Prova apenas a existência de Humberto de Campos.

Estou com 78 anos, mas sem idade. Idades só há duas: ou se está vivo ou morto. Neste último caso é idade demais, pois foi-nos prometida a Eternidade...

Quem é que pode parar os caminhos? E os rios cantando e correndo? E as folhas ao vento? E os ninhos... E a poesia... A poesia como um seio nascendo...

Mario Quintana
Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Nota: Trecho do poema Um voo de andorinha.

...Mais

Nós só amamos os amigos mortos
E só as amadas mortas amam eternamente...

Mario Quintana
Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Nota: Trecho do poema Sempre.

...Mais

Quero é ficar com alguns poemas tortos que andei tentando endireitar em vão...

Verbete

Nós - o pronome do rebanho.

Clair de lune, chiaro de luna, claro de luna... jamais os franceses, os italianos e os espanhóis saberão mesmo o que seja o luar, que nós bebemos de um trago numa palavra só.

O viajante

Eu, sempre que parti, fiquei nas gares
Olhando, triste, para mim...

Mario Quintana
Apontamentos de história sobrenatural. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

A verdade é que os bichos, quando imitam as pessoas, perdem toda a dignidade.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Não esquecer que as nuvens estão improvisando sempre, mas a culpa é do vento.

O mundo do sonho é silencioso como o mundo submarino. Por isso é que faz bem sonhar.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Há certas coisas que não haveria mesmo ocasião de as colocarmos sensatamente numa conversa - e que só num poema estão no seu lugar.

No fim a gente acaba descobrindo que até a imaginação tem um teto. E muito baixo até.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Tu és a matéria plástica de meus versos, querida...
Porque, afinal,
Eu nunca fiz meus versos propriamente a ti:
Eu sempre fiz versos de ti!

E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. Ah! mas o que querem são detalhes, cruezas, fofocas...Aí vai!

A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta.

Com o OO de espanto, seus RR guturais, seu hirto H, HORROR é uma palavra de cabelos em pé, assustada da própria significação.

Um poema tanto mais belo é quanto mais parecido for com o cavalo. Por não ter nada de mais nem nada de menos é que o cavalo é o mais belo ser da Criação.

Mario Quintana
Caderno H, Editora Globo - Porto Alegre, 1973

Frases felizes...Frases encantadas... Ó festa dos ouvidos! Sempre há tolices muito bem ornadas... Como há pacóvios bem vestidos.

Nunca dês um nome ao rio. Sempre há outro rio a passar.