Frases de grandes autores que inspiram grandes ideias

Além do mais, a solidão de um ao lado do outro, ouvindo música ou lendo, era muito maior do que quando estávamos sozinhos. E, mais que maior, incômoda. Não havia paz. Indo depois cada um para seu quarto, com alívio nem nos olhávamos.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Uma amizade sincera.

...Mais
Inserida por portalraizes

"Assim a brisa nos ramos diz, sem o saber, uma coisa imprecisa, coisa feliz".
(Sem título: 09/05/1934)

Inserida por portalraizes

"Beija-nos silenciosamente na fronte. Tão levemente na fronte que não saibamos que nos beijam senão por um diferença na alma".
(Dois excertos de ode, Álvaro de Campos)

Inserida por portalraizes

"O pensamento colectivo é estupído porque é colectivo: nada passa as barreiras do colectivo sem deixar nelas, como real de água, a maior parte da inteligência que traga consigo”.

(trecho do livro em PDF: Do livro do Desassossego – Bermardo Reis)

Inserida por portalraizes

Eu te digo: estou tentando captar a quarta dimensão do instante-já que de tão fugidio não é mais porque agora tornou-se um novo instante-já que também não é mais. Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.
Inserida por portalraizes

Meu Deus, e eu que não sei rezar? Como viver então? Não é só para pedir por mim e por outros, mas para sentir, para agradecer, para de algum modo entrar num convento, logo eu que sou tão colérica e feroz.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Que me ensinem.

...Mais
Inserida por portalraizes

A língua portuguesa é um verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de superficialismo.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Declaração de amor.

...Mais
Inserida por portalraizes

É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível – sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa.

Clarice Lispector
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho do conto Silêncio.

...Mais
Inserida por portalraizes

Breve o dia, breve o ano, breve tudo
“Breve o dia, breve o ano, breve tudo.
Não tarda nada sermos”.

(Trecho - Ricardo Reis [Heterônimo de Fernando Pessoa], (escrito em 27.9.1931))

Inserida por portalraizes

“uma confissão de que a vida não basta. Talhar a obra literária sobre as próprias formas do que não basta é ser impotente para substituir a vida”.

( em "Heróstrato e a busca da imortalidade". )

Inserida por portalraizes

A certeza só aparentemente paradoxal de que o que atrapalha ao escrever é ter de usar palavras. É incômodo. Se eu pudesse escrever por intermédio de desenhar na madeira ou de alisar uma cabeça de menino ou de passear pelo campo, jamais teria entrado pelo caminho da palavra.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho da crônica Escrevendo.

...Mais
Inserida por portalraizes

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto”.

(Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa (PDF))

Inserida por portalraizes

"Sumir-me-ei entra a névoa, como um estrangeiro a tudo, ilha humana desprendida do sonho do mar e navio com ser supérfluo à tona de tudo”.

(Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares Bernardo Soares (heterônimo de Fernando Pessoa (PDF))

Inserida por portalraizes

A vida, para mim, é uma sonolência que não chega ao cérebro. Esse conservo eu livre para que nele possa ser triste.

(Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa)

Inserida por portalraizes

O mundo não tem ordem visível e eu só tenho a ordem da respiração. Deixo-me acontecer.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.
Inserida por portalraizes

Renuncio a ter um significado, e então o doce e doloroso quebranto me toma. Formas redondas e redondas se entrecruzam no ar.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.
Inserida por portalraizes

“Diziam os argonautas que navegar é preciso, mas que viver não é preciso. Argonautas, nós, da sensibilidade doentia, digamos que sentir é preciso, mas que não é preciso viver”.

(do livro em PDF: Do Livro do Desassossego - Bernardo Soares)

Inserida por portalraizes

Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais. Então eu não digo nada, aparentemente submissa. Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã. Domingo de manhã também é a rosa da semana. Não é propriamente rosa que eu quero dizer.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho da crônica Atenção ao sábado.

...Mais
Inserida por portalraizes

Dei gritos de dor, e de cólera, pois a dor parece uma ofensa à nossa integridade física. Mas não fui tola. Aproveitei a dor e dei gritos pelo passado e pelo presente. Até pelo futuro gritei, meu Deus.

Clarice Lispector
Aprendendo a viver. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.

Nota: Trecho da crônica A revolta.

...Mais
Inserida por portalraizes

Mas as palavras que uma pessoa pronunciava quando estava embriagada era como se estivesse prenhe – palavras apenas na boca, que pouco tinham a ver com o centro secreto que era como uma gravidez.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Devaneio e Embriaguez duma Rapariga.

...Mais
Inserida por portalraizes