"DESABAFO DE UM LEIGO" Ler é... Amauri Valim

"DESABAFO DE UM LEIGO"

Ler é fácil! Tem até quem lê um livro por dia! Já ouvi isso. Somos milhares de leigos tentando ser leitores e escritores. Disse o “Marcante” meu amigo, (falar é fácil, quero ver escrever). Leio pouco sou um ignorantemente seletivo, mas to aprendendo. Por que é tão difícil escrever uma dissertação, uma narrativa? Acredito saberia mais se fosse escritor de minhas bobagens, de meus pensamentos e de minhas verdades. Relendo filosofia e sociologia os livros do ensino médio entre outros, ali os idealistas e pensadores que passaram tempos influenciando comportamentos que ainda perduram. A redundância de citações sobre meia dúzia de gregos filósofos e sociólogos. A outra meia dúzia é de simpatizantes coagidos que imponha regras as nossas cabeças. “Ler e ler mais.” Por que a redação numa prova de vestibular e tão ou mais importante que outras questões? Por que tantas pessoas zeram? Não sabem escrever? O que é óbvio. Somos reféns da língua portuguesa. Qual a verdadeira língua brasileira? Poderia ser a indígena que se falavam antes dos quinhentos anos de Cabral. São esquemas, combinações, verbos, preposições, pronomes, acentuações etc. que significam tudo de um pouco interessante. Passamos doze anos em média estudando isso e ainda precisamos de um corretor ortográfico. Cito exemplos nas frases: (Pra eu ir embora), (pra mim ir embora), Que diferença faz (pra mim), (pra eu)? Uso da crase na letra A (à), (á). (Saí à tarde, voltei à noite). Veja com acento e sem acento não muda nada o significado da expressão. Metade daqueles ocupantes das cadeiras de lá do conservadorismo dos tempos arcaicos, gregos, aportuguesados, deveriam ser substituídos por meia dúzia de adolescentes, populares, povão mesmo como eu. Mas com voz ativa, com poderes pra mudar algumas “coisinhas” e reformar a nossa escrita e ficar como a “falada” numa só linguagem. A reforma ortográfica, nada mais que uma bagunça ortográfica a meu ponto de vista. Vamos passar 20 ou 30 anos tentando ensinar aos nossos filhos e aprender com eles. - Com a reforma da língua portuguesa ganhamos três novas letras, tão antigas, já existiam á milhares de anos, antes do português, as tais: K, W, Y. - O que falar do uso do trema: lingüiça, tranqüilo. Do acento agudo: idéia, coréia, bóia o que mudou? Com acento sem acento o significado é sempre o mesmo. Do hífen: se escrever, anti-herói está correto deveria ser correto pronunciar (anti-hifen-herói). Micro-ondas, Anti-imperalista, Vice-presidente, vice-rei, sub-humano, Pra que hífen? Podia ser palavras separadas, simplesmente. Mas agora temos que ir pra escola de novo contratar professores particulares, fazer cursinho é “chik nu úrtimo graun”. Senão meus amigos, vamos reprovar novamente nos vestibulares. Mas o que muda na pratica? Quanta besteira, coisas inúteis se estudam em Português, matemática e outras. Repito. Daqui a 20 ou 30 anos nossos filhos estarão lendo e escrevendo piores que hoje, fazendo como a grande maioria pra tirar a nota seis, média (“seis, pra passa em portuguêis”), só pra passar de ano. “Eita língua portuguesa”. Agora cultivo minha ignorância. Seria mais fácil meia dúzia de imortais e simpatizantes conservadores adaptarem-se a linguagem falada, não ridicularizada claro, do que milhões de adolescentes e populares adaptarem-se as regras inventadas e impostas. Acredito que poderia mudar algumas coisas nas matérias do ensino médio, unir algumas matérias: -“Português, inglês, espanhol” estudar “Línguas” e não perder tanto tempo com regrinhas. -“Química e biologia” eliminando umas coisas que nem se mexem nem fede. - “Geografia e historia“ porque muitas histórias não nos interessam mais. - “Sociologia e filosofia” porque estamos sempre falando daquela meia dúzia de arcaicos, gregos a.C. - “Na matemática inserir contabilidade”. - Inserir a educação de transito e cidadania. Muitos estudantes vão dirigir um carro. Desde 1998 quando mudou as leis de transito já poderia ser inserido no ensino médio poderia fazer parte da grade de ensino teria uma boa contingência nas faixas etárias de 16 a 20, poderia contribuir na formação de motoristas mais responsáveis. Outras atualidades interessantes poderiam fazer parte, de uso freqüente condizente com a realidade cotidiana. Bem como: Noções de Contabilidade, Administração de empresa, saúde, alimentação e cidadania. Passamos aproximadamente doze anos em colégios estudando e mais doze anos acompanhando os estudos de nossas crianças e adolescentes. Ainda precisamos de mais de 4 anos de faculdades pra ser um novo aprendiz de uma profissão, sem contar as especializações. Continua-se a defender idéias arcaicas como dizia vovó, desde a.C. Não bastasse tudo isso, ainda tem que ouvir: “é preciso estudar sempre,” “tem que voltar a estudar senão você vai ficar burro de novo!” Temos que voltar a estudar simplesmente porque não aprendemos o suficiente para praticá-la, porque o inútil ocupou a maior parte do nosso tempo de aprendizagem. Podemos ler toda pilha de “palavras encantadas bonitas de se falar”, ainda seria preciso estar de posse dum dicionário para entender o conto filosófico de muitos autores. Tudo é comércio, precisa ser vendido, faz parte da economia, pode ser inútil, pode ser útil. “Uma mentira contada muitas vezes se torna uma grande verdade”. Isso parece ser para sempre, como a hipocrisia da democracia ex: do direito a voto, se fosse democrático não seria obrigatório.

“Somos coagidos, vulneráveis e suscetíveis. Somos a mitologia modificada de corpo e alma lavada. Somos cerceados fraquejados e não encorajados. Somos vítimas do viés das etnias. Ninguém tem a tal liberdade de escolha, muito menos a dos direitos iguais”.


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