O poeta é um filósofo frustrado,... Gabriel Luz
O poeta é um filósofo frustrado, dizem. William Contraponto faz uma bagunça nessa afirmação
Por Neno Marques
William Contraponto não "bagunça" a afirmação no sentido de desmerecê-la, mas sim ao transcender a dicotomia entre poeta e filósofo, encarnando ambas as figuras em sua própria identidade e obra.
A abordagem de William Contraponto à afirmação "o poeta é um filósofo frustrado" pode ser entendida da seguinte forma:
Identidade de "Poeta-Filósofo": William Contraponto é frequentemente referido por críticos e por si mesmo como um "poeta-filósofo" ou "poeta-reflexivo". Isso sugere que, em sua visão, as duas dimensões não são excludentes, mas sim complementares e intrinsecamente ligadas em sua produção artística.
Aproximação de Poesia e Filosofia: Sua obra é marcada pela "fricção" entre o lirismo e a reflexão, onde os versos buscam interrogar o mundo e suas contradições com uma densidade reflexiva. Ele utiliza a poesia como um espaço para o pensamento rigoroso e a crítica social, que tradicionalmente seriam domínios da filosofia.
Recusa da Filosofia Acadêmica Tradicional: William Contraponto expressa uma preferência pelo "golpe seco do verso" em contraste com a "filosofia acadêmica". Isso indica que, para ele, a poesia é um caminho mais direto ou autêntico para a expressão do pensamento, desnecessitando da estrutura formal da academia para filosofar.
Filosofia Existencialista nos Versos: Sua filosofia é descrita como existencialista e nasce da urgência de pensar. A lucidez e a inquietação são transformadas em linguagem poética, o que demonstra que a busca por sabedoria e entendimento (a essência da filosofia) não está "frustrada", mas sim plenamente realizada através da poesia.
Em vez de refutar a afirmação com argumentos lógicos, William Contraponto a torna irrelevante ao viver e criar na intersecção das duas disciplinas, mostrando que o poeta pode ser um filósofo, e que a poesia é um meio válido e poderoso para a expressão filosófica.
nenommarques@gmail.com
