COMO FOI O INÍCIO DA FUNDAÇÃO DO... MARCELO CAETANO MONTEIRO
COMO FOI O INÍCIO DA FUNDAÇÃO DO GRUPO DE ESTUDOS ESPÍRITAS FREDERICO FIGNER.
A gênese do Grupo de Estudos Espíritas Frederico Figner é composta de fatos, nomes e consciências que formam um patrimônio histórico e moral. Para honrar esse legado, é essencial registrar todos aqueles que participaram dos primeiros passos da instituição, tal como nos foram transmitidos nas memórias de Nazinho e confirmados por companheiros de ideal como nosso irmão de Doutrina Espírita e irmão de sangue, Celso Antônio Monteiro.
No ano de 1950, quando ainda florescia o desejo de estabelecer um núcleo doutrinário seguro em Manhumirim, Dr. Orbino Werner reuniu pessoas de idoneidade reconhecida. Entre elas estavam:
“ Átila Indiano do Brasil Americano
“ Jairo Dutra
“ Odete Minarrini
“ Alta
“ Gessi Schubert
A esse grupo inicial, somava-se a presença constante e ativa de Juvenal de Almeida Guimarães, conhecido como Nazinho, cuja memória cuidou de preservar a narração dos acontecimentos à nossa memória.
Movidos pela prudência espiritual, Dr. Orbino e Nazinho dirigiram-se até o médium de Pedro Leopoldo, o Chico Xavier, buscando orientação superior para a fundação do centro. A mensagem que receberam mencionava o espírito denominado Cardeal Arco Verde, esse quando encarnado fora o primeiro a receber o título de Cardeal na América Latina, que se comprometeria a amparar a formação moral e estrutural da instituição nascente.
Em 03 de outubro de 1951 iniciaram-se as primeiras reuniões na rua Caetano Flora, já sob o nome Grupo de Estudos Espíritas Frederico Figner. Consta no primeiro caderno histórico o título adotado e as assinaturas dos fundadores, entre eles:
“ Dr. Orbino Werner
“ Átila Indiano do Brasil Americano
“ Jairo Dutra
“ Odete Minarrini
“ Alta
“ Gessi Schubert
“ Juvenal de Almeida Guimarães
* Obs. Confirmar em caderno de fundação.
Consolidado o grupo, surgiu a necessidade de adquirir um terreno. Nesse momento, Dr. Orbino, reconhecido na cidade pelo seu automóvel Fusca, decidiu rifá-lo para obter os recursos necessários. A comunidade aderiu à ideia com vigor, incluindo amigos, simpatizantes e outros colaboradores respeitáveis da cidade. Entre eles, destacou-se com honra o nome de Dr. Pedrosa, materialista convicto, mas cuja bondade moral era amplamente reconhecida.
Quando o número sorteado na loteria federal coincidiu com o bilhete adquirido pelo próprio Dr. Orbino, verificou-se sua plena legitimidade. Nada abalou sua reputação, e o terreno pôde ser finalmente assegurado.
Após a aquisição, iniciou-se a construção da sede própria. Para essa fase, uniu-se aos esforços a engenheira civil Erondina Werner, irmã de Dr. Orbino. Outros colaboradores igualmente dignos participaram, embora alguns nomes tenham sido perdidos pela memória humana e registrados apenas pela lembrança do saudoso Nazinho.
O resultado foi um prédio de dois andares, símbolo de autonomia e solidez doutrinária, que permanece até hoje como testemunho do trabalho dedicado de muitos.
Quanto ao ambiente religioso da época, o movimento espírita nascente recebeu respeito de vários setores da cidade. Nazinho relatou o diálogo entre um seminarista e o pároco que sucedera o missionário Padre Júlio Maria de Lombaerd. O seminarista perguntou:
“ O que o senhor acha desse novo movimento espírita em nossa cidade?
Ao que o sacerdote respondeu:
“ Meu filho, não sei ainda. Mas deve ser respeitado, porque as pessoas envolvidas são inquestionavelmente sérias e de índole.
Este registro, transmitido fielmente, constitui o marco inicial da história do Grupo de Estudos Espíritas Frederico Figner. É uma memória construída por mãos dedicadas, por consciências retas e por corações que serviram com abnegação.
Que essa narrativa permaneça como documento vivo da responsabilidade moral que ergueu essa casa, para que as gerações futuras saibam que seus alicerces foram moldados por sacrifício, honra e firmeza de propósito, conduzindo a luz espírita ao horizonte sempre ascendente da plena imortalidade.
Autor/ Pesquisador: Marcelo Caetano Monteiro .
