FUNÇÃO FINAL No fim, não há prêmio,... jeronimocesarina
FUNÇÃO FINAL
No fim, não há prêmio, nem festa.
Só o cansaço que não se despe.
Só o corpo que ainda se presta
A fazer o que ninguém mais quer.
Sou o que cumpre, não o que sonha.
Sou o que segue, não o que escolhe.
Sou o que vive, mas sem vergonha
De saber que a vida me engole.
E quando tudo enfim cessar,
Não haverá quem vá lembrar.
Só o vazio que vai ocupar
O lugar que fui — sem durar.
Jerónimo Cesarina