HUMILDE HOMENAGEM AO GRANDE... Marcelo Caetano Monteiro

HUMILDE HOMENAGEM AO GRANDE MISSIONÁRIO:
ALLAN KARDEC:
O MISSIONÁRIO DA VERDADE E A PERENIDADE DE SUA OBRA.

No dia 03 de outubro de 1804, em Paris, a Terra viu e sentiu nascer em seu ventre o homem que se fez missionário da luz e do consolo: Allan Kardec, nascido Hippolyte Léon Denizard Rivail. Mestre, pedagogo, filósofo e, sobretudo, um servidor da humanidade, que legou ao mundo não apenas um sistema, mas uma doutrina de libertação moral, psicológica e espiritual. Sua desencarnação, longe de representar o silêncio, foi a semente da continuidade, pois seu legado permanece como uma das mais sólidas arquiteturas de pensamento que já se ergueram na história da humanidade.

O Homem que se Identificou com a Missão.

Kardec não foi apenas um estudioso curioso dos fenômenos espirituais. Foi um homem que se fundiu com a missão que lhe foi confiada por Jesus. Sua vida demonstra que o verdadeiro apóstolo não se exime da luta, não busca glórias pessoais, mas entrega-se com renúncia ao dever.
Educado na escola de Johann Pestalozzi, em Yverdon, absorveu a pedagogia humanista, compreendendo o papel da educação como alavanca de progresso moral e social. Quando mais tarde recebeu, através do fenômeno mediúnico, a tarefa de organizar os princípios espíritas, já possuía a mente racional e o coração treinado para examinar com severidade científica e amor pedagógico cada ensinamento recebido do mundo espiritual.

O Contexto Filosófico e Psicológico do Século XIX.

A época de Kardec era marcada por profundas transformações.

No campo filosófico, triunfava o positivismo de Comte, que negava a dimensão espiritual, reduzindo o homem ao campo material e às leis sociais.

No campo psicológico, as primeiras investigações sobre a mente humana buscavam compreender os estados alterados de consciência, mas ainda sem a amplitude que a mediunidade viria a demonstrar.

No campo moral, o século XIX via o progresso técnico e científico acelerar-se, mas as desigualdades sociais e as feridas do egoísmo mantinham a humanidade mergulhada em contrastes dolorosos.

Foi nesse terreno que Kardec lançou a semente da Terceira Revelação, trazendo respostas lógicas às indagações filosóficas, psicológicas e morais da época. Ele ofereceu ao mundo uma visão integral do homem — não apenas corpo e mente, mas também espírito imortal, herdeiro de suas próprias escolhas.

A Sublime Vida e Obra.

A obra kardeciana não é mero produto literário; é a codificação de princípios universais ditados por inteligências superiores.

O Livro dos Espíritos (1857) trouxe a base filosófica e moral da Doutrina Espírita, respondendo às mais profundas questões da existência.

O Livro dos Médiuns (1861) deu ao fenômeno mediúnico seu caráter científico, afastando superstições.

O Evangelho segundo o Espiritismo (1864) apresentou a aplicação moral dos ensinamentos de Cristo à luz da razão, revelando que a religião espírita não é de ritos, mas de transformação interior.

O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868) completaram o edifício doutrinário, dando ao Espiritismo amplitude filosófica, científica e religiosa.

Em sua vida pessoal, Kardec foi exemplo de equilíbrio, serenidade e perseverança. Mesmo diante de críticas acerbas, calúnias e perseguições, não revidou com agressividade. Sua postura ética revelou a moral do dever e da paciência, características essenciais para um missionário.

A Perpetuidade da Obra até os Dias Atuais.

Mais de 150 anos após sua desencarnação, os princípios codificados por Kardec continuam atuais.

Na Filosofia, o Espiritismo responde às perguntas existenciais que ainda desafiam a humanidade: de onde viemos, para onde vamos, qual o sentido da vida.

Na Psicologia, antecipa questões da consciência, da influência espiritual e da força do pensamento, temas hoje pesquisados em áreas como a psicologia transpessoal.

Na Moral, é convite permanente à fraternidade, à reforma íntima e ao exercício do amor como lei universal.

Se na época de Kardec o desafio era enfrentar o materialismo nascente, hoje o Espiritismo encontra sua missão em dialogar com a ciência moderna, sem perder a pureza moral dos ensinamentos de Jesus.

Detalhes Morais da Missão.

A moral Espírita não é de imposição dogmática, mas de clareza racional. Ensina:

Que a verdadeira religião está no amor ao próximo.

Que o progresso da humanidade depende do aperfeiçoamento individual.

Que a vida é um contínuo aprendizado, e a dor, quando surge, é mestre que corrige.

Que a imortalidade não é prêmio ou castigo arbitrário, mas consequência das escolhas que fazemos.

Assim, Kardec nos legou a certeza de que somos construtores de nosso destino, livres e responsáveis.

A Imortalidade do Missionário.

Allan Kardec não é apenas um nome na história. É um marco, um farol que se mantém aceso para guiar os viajores do tempo rumo à verdade libertadora. Sua desencarnação em 03 de outubro de 1869 não foi um ponto final, mas uma vírgula na marcha do progresso espiritual da humanidade.

O missionário que se identificou com sua missão segue vivo em cada página da Codificação, em cada coração que se renova pelo Evangelho, em cada lágrima consolada pelo conhecimento da imortalidade da alma.

A ele rendemos nossa homenagem, não apenas como mestre, mas como apóstolo da razão e do amor, cuja obra é eterna porque se alicerça na lei de Deus.

“Os grandes missionários não morrem: multiplicam-se em cada consciência que desperta para a luz.”
Autor: Escritor:Marcelo Caetano Monteiro .