Ops! O pensamento foi removido e não pode ser encontrado no Pensador.
Eram dois office-boys de blusa bege de lã, caminhavam pela rua de número quinze, com suas pastas pretas recheadas de milhões, conversavam corriqueiramente sobre qualquer coisa, soltavam largas risadas sinceras das mesmices dos finais de semana, eram apaixonados discretamente por algumas atendentes, que carimbavam e digitavam freneticamente envoltas em camisas entre abertas e perfumes inapagáveis, caminhavam, adoravam o mês de Dezembro andar pela rua de pit pavê, cheia de cabeças que poderiam ser vistas da parte alta da rua, entrando e saindo com sacolas saciadas, mal sabiam o que eram e o quê queriam da vida, eram uma indefinição por decreto.
O destino continuava a lhes reservar a amizade, regada de festas e música, de viagens com chevette, que as vezes rampava a divisória de pista das BR’s, de fronteiras com bebidas fortes e ciganas que não conseguiram ler o destino, de caminhões traçados chacoalhando entre as dunas aos gritos de amizade e alegria, de longas conversas a beira do lago titicaca, até as boas bandas de Buenos Aires, e um el pogo de whisky escocês de graça, até um submundo do vagabundo selvagem em La Paz, de noites que viraram dia, e tristezas que viraram alegria, de uma amizade que nem o tempo nem a distância apaga. Ao amigo Foca.
Concursos literários não revelam ninguém. Se isso acontecesse eu já estaria famoso pois ganhei uma dúzia deles. Mas o pior são as incompetência dos jurados e as marmeladas. Se você não quer passar raiva esqueça essa de querer ser escritor no Brasil, a atividade mais desvalorizada daqui.
1º lugar - você me passa R$20.000,00, um poema, mesmo que seja o seu pior, e ganha R$10.000,00 e troféu.
2º lugar - você me passa R$10.000,00, um poema medíocre, e ganha R$5.000,00 e troféu.
3º, 4º e 5º lugares - você me passa RR$ 5.000,00 por poema, não importando a qualidade, e ganha R$2.500,00 por peça e troféus.
Pelo amor de Deus, dá até nojo de participar desses concursos. Dá até vontade vomitar de ver tanta marmelada. Até um cego vê que os primeiros lugares são os piores.