Carta aberta ao meu eu de amanhã Eu... Jorgeane Borges

Carta aberta ao meu eu de amanhã


Eu não sei se consigo. Está difícil — tão difícil que até as palavras me pesam no peito. Mas saiba: estou indo além de todos os limites que imaginei suportar.


Se, por acaso, eu desistir no meio do caminho, não entenda como fraqueza. Entenda que lutei cada segundo com a esperança de te entregar algo melhor do que sou hoje. O eu de ontem é testemunha de quantas vezes precisei ser mais forte do que conseguia, mais firme do que podia, mais resistente do que acreditava ser.


Se amanhã eu não chegar inteira, me perdoa.
Perdoa por não ter sustentado todos os sonhos, por não ter conseguido carregar o peso que me exigiram, por não ter sido suficiente. Se eu desistir, você nunca chegará a ler esta carta — porque terei perdido a guerra dentro de mim.


Mas, se por acaso eu resistir só mais um pouco, saiba que foi por você. Para que viva o extraordinário que eu não me permiti viver.


Porque, mesmo cansada, ainda acredito que o amanhã pode me acolher com mais ternura do que o hoje.