Tudo nesta vida é uma competição... Antonio Prates
Tudo nesta vida é uma competição pegada e a nossa educação assenta essencialmente nesta norma pedagógica, que além de ser um caso de estudo faz deste vício social um fenómeno estabelecido para nos manter em permanente rivalidade uns com os outros, e sem que muitas pessoas se apercebam esta incessante fome de protagonismo leva-nos a um desafio constante e a uma guerra permanente, tornando-se numa forma continuada de demonstrarmos que
somos melhores do que os outros em qualquer coisa que dê para competir pela nossa autoestima, pela nossa vaidade, pela nossa ostentação ou em benefício das nossas vanglórias.
A pior de todas as competições é a do dinheiro, mas desde os artifícios da caça até aos meandros da pesca tudo serve para chamar de convívio a um qualquer entretenimento de disputas que se pratica em quase tudo o que dê para medir forças com o próximo. Os desportos, as redes sociais, os ambientes de trabalho, a convivência nas paróquias, ou a coabitação em qualquer agremiação de gente, são um bom exemplo disso mesmo, assim como bons exemplos disso mesmo são as chamadas rivalidades bairristas que existem um pouco por todas as nossas aldeias, por todas as nossas vilas e por todas as nossas cidades, desde a polvorosa de Dogueno até ao frenesim de Montalvão. Ademais, para além dos concursos, dos certames, das provas, dos torneios e dos muitos campeonatos que os barões assinalaram, penso ainda que a nossa verdadeira competição será sempre individual e que o maior adversário que temos durante toda a vida seremos sempre nós próprios.