Quando a Energia Vai Embora O fim de... Jorgeane Borges

Quando a Energia Vai Embora


O fim de tudo começa quando a energia se vai.
Sem ela, não há vitalidade, não há impulso, não há motivação para nada.
Tudo perde o sentido.
Tudo perde a graça.
A comida não tem mais sabor, o que antes era prazer vira obrigação.
E, de repente, tudo se confunde com preguiça aos olhos de quem vê de fora.


Nada parece bom o suficiente para valer o esforço.
Tomar banho vira uma batalha silenciosa.
Escolher uma roupa, passar um hidratante, parecem tarefas gigantes.
Abrir a geladeira e sentir que nada combina com nada.
Olhar para as panelas e perceber que você já nem sabe o que fazer com elas.


A cama se torna refúgio e prisão.
Levantar é difícil.
E quando consegue, encara o espelho e não se reconhece.
Olha ao redor e tudo parece um reflexo distorcido da sua própria realidade.
O acúmulo grita: coisas empilhadas, objetos esquecidos, poeira que reflete o que está dentro de você.


E então percebe:
Você acumula mais do que coisas.
Acumula o que não te faz bem.
Acumula a bagunça que não é só física, mas emocional.


E o pior é não ter energia para remover nada disso, nem do ambiente, nem da alma.


É como assistir sua vida de fora, trancada dentro de um corpo que não acompanha o mundo.
Querendo mudar tudo, mas sem força sequer para começar.