⁠Caneta louquaz Sentei-me à beira do... Miriam Da Costa

⁠Caneta louquaz Sentei-me à beira do silêncio com as mãos tão quietas e a caneta tão louquaz... As palavras me invadiam os pulsos como se a pele fosse papel e o... Frase de Miriam Da Costa.

⁠Caneta louquaz

Sentei-me à beira do silêncio
com as mãos tão quietas
e a caneta tão louquaz...

As palavras
me invadiam os pulsos
como se a pele
fosse papel
e o sangue
tinta em desatino...

Respirei fundo
para não dessangrar
em versos
mas cada sopro
era um poema
lutando pra nascer
sem anestesia...

Meu corpo
um caderno de cicatrizes
e rascunhos mal acabados
pedia descanso...
mas a alma
essa insone
insistia em escrever
na carne viva do instante...

Já não sei
se escrevo pra viver
ou se vivo apenas
pra não sufocar
o que escrevo...

Às vezes
penso
que sou só palavra
disfarçada de pele...

Que meu silêncio
é só pausa
entre estrofes
e meu olhar
um parágrafo contido...

Tudo em mim
é verso preso
até que sangro...

E quando sangro
não é dor
é linguagem...

E quando calo
não é paz
é poema em cárcere
pedindo redenção
na ponta da caneta louquaz..
✍©️@MiriamDaCosta