A TORTURA DAS DATAS COMEMORATIVAS... Demétrio Sena - Magé

A TORTURA DAS DATAS COMEMORATIVAS
Demétrio Sena - Magé
Tenho sérios problemas com datas comemorativas, no que tange a lembrança e também o mergulho nas ondas de felicitações. Imaginem vocês, que até do natal, que as pessoas começam a comemorar um mês antes, eu esqueço; não percebo. Quando vejo, o peru já está na mesa, já comi vinte rabanadas (o meu sentido do natal) e já estou correspondendo a um montão de abraços; inclusive de gente que passa quase o ano inteiro de cara feia comigo.
Dia desses foi o dia do amigo. Costumo abrir meu perfil em rede social pela manhã e mais um pouco à tardinha. Nesse dia, por alguma razão que já não lembro, só abri à tardinha. Havia uma enxurrada de textos sobre a data e eu não tinha preparado nada específico; publiquei o que tinha escrito no dia, que não era sobre amigos. Gosto muito de minhas amizades cibernéticas, como dos amigos de carne, ossos e alma... ah; também de pele, porque sem pele, ficam assombrosos... mas tenho problemas com escrever por encomenda... escrever sobre datas no ato delas, é como escrever por ecomenda.
Teço minhas demonstrações de afeto aos amigos, na interatividade online ou presencial diária... minhas felicitações de aniversários e algumas conversas em particular com quem tenho maior proximidade, mas por favor: não meçam minha sensibilidade ou a consideração pelo número de homenagens que faço nas datas especiais como do poeta, do escritor (como se poeta e escritor fossem diferentes), entre outras inúmeras ocasiões. Todo dia é de algo. Peço até às árvores, aos animais, à bandeira nacional que não fiquem tristes por eu não publicar a respeito nos dias específicos; nas enxurradas.
Triste, mesmo, seria não ter o natal. Amo rabanada. Tanto, que suporto as músicas natalinas e até abraços de gente que passa quase o ano inteiro de cara feia comigo. A tal ponto, que algumas vezes me arrisco a enfrentar a fiscalização e fazer umas rabanadas no dia do dentista ou da ginástica artística. Peço a todos que me perdoem pelas ausências escriturais nos dias específicos. Meu chichê é de que todo dia é dia de tudo e todos... será que cola?
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Respeite autorias. É lei