OS FIOS QUE TECEM A VIDA Não é nada... FRANCISCO JUVAN SALES

OS FIOS QUE TECEM A VIDA

Não é nada fácil entender a vida diante os incontáveis laços que se conectam no mundo inteiro, quando são muitos os fios que tecem suas tramas múltiplas e complexas que desafiam a capacidade humana em encontrar soluções para as diversas versões do jogo da realidade nua e crua e a sutileza do imaginário de sonhos e ilusões.

Ao desenrolar os fios do novelo chamado vida, esta é como um labirinto, cheio de entradas repletas de curvas e paredes, que nos levam - diferente de Teseu que conduzia um novelo de linha para sair do labirinto - a caminhos desconhecidos e a novas alternativas sem a certeza de superação dos desafios.

Na luta constante da tecelagem cotidiana dos inúmeros fios necessários à fiação, semelhante a navegar em mar revolto, a pergunta que se faz necessária é: qual o porto seguro do continente, da cidade, da ilha ou do abrigo, indicado no mapa do atlas da vida, a ser seguido pela humanidade, pela sociedade nesse trânsito inseguro da violência que banaliza o crime e a morte e faz terra arrasada na infinita provisoriedade da vida do ser humano, nos tirando a calma, o sossego e a tranquilidade?

Na eterna busca pela sobrevivência, os homens se mostram Prometeus teimosos, com semelhanças e diferenças, ao transgredirem os limites da harmonia social e da felicidade individual. Tudo o que o homem pode fazer, ele está fazendo, cedo ou tarde, a custo e risco elevado para sociedade, que alguns dizem não está ainda preparada; outros, que sim.

A principal consequência desse processo é permitir que os fios sejam tecidos através das tecnologias e ligados com maior profusão até agora não vista à uma rede infinita de máquinas inteligentes com novas possibilidades de manipulação da natureza, acarretando possíveis riscos irreparáveis a todas as espécies de vida do planeta.