ÉVORA - ⁠Ir àDescoberta de Évora é... Ricardo Maria Louro

ÉVORA - ⁠Ir àDescoberta de Évora é ensinar a todos os interessados, mais ou menos conhecedores da cidade, que olhem para Évora com outros olhos, que descubram n... Frase de Ricardo Maria Louro.

ÉVORA -

⁠Ir àDescoberta de Évora é ensinar a todos os interessados, mais ou menos conhecedores da cidade, que olhem para Évora com outros olhos, que descubram nas actuais pedrarias, ruas e edificios quem, como nós, a já habitou, viveu e construiu. Outros Tempos, outras Eras, outras Idades, tudo ainda subjacente ao aqui e ao agora que vivemos. Pormenores que desvendam épocas agora encobertas pela actual modernidade mas tão presentes ainda.

Virgilio Ferreira que a habitou escreveu certa vez:
"Évora é uma cidade branca como uma capela. As veredas dos campos convergem para ela como os rastos de esperança dos Homens. E, tal como uma capela, Évora é habitada pelo silêncio dos séculos e dos campos que a envolvem ..."

Por sua vez, Florbela Espanca descreveu-a nos seus sonetos como "(...) Ruas ermas sob os Céus cor de violetas roxas ... ruas frades pedindo em triste penitência a Deus que nos perdoe as miseras vaidades."

Cecilia Meirelles, poetisa Brasileira que certa vez a visitou, chamou-lhe Évora Branca e disse que sentia "como se o escultor tivesse querido imortaliza-la. Porque há em Évora um silêncio de cetim, franzido apenas de repente pelo fernesim dos pombos, pelo frémito da água esverdeada ... amo a sobriedade gráfica das suas muralhas que caminham para longe como o dorso eriçado de um animal ante-diluviano, e as torres quadradas, e os parapeitos sobre os arcos, e o vulto maciço dos palácios ... tudo tem uma grandeza, uma dignidade que o cimento armado, a meus olhos, não consegue ter ..."

Miguel Torga cita-a: "Não tenho nas minhas veias, nem o templo de Diana, nem a praça do Geraldo, nem a brancura redonda da água das tuas fontes..."

Em Évora Romântica Ricardo Louro escreveu: E vejo o Templo, a Sé, em longas margens de sossego, na serenidade dos heróis, na tristeza das fachadas, na dolência dos jardins, na quietade dos olhares, na plenitude das gentes, que, pela vida, agora, tantos anos volvidos, ainda vão passando, serenas, imutáveis, imberbes!

Venha ao encontro de Évora onde tanta vida se já viveu, tanta vida se vive agora e tanta há ainda por viver.