PAROU O mundo parou Mas não acabou É o... Hañgima Tchilongo

PAROU
O mundo parou
Mas não acabou
É o mesmo um dia criado por igual
Que os homens tornaram desigual
Parou apenas a vaidade
A azáfama da humanidade
Em busca do domínio
De uns sobre outros
Quiçá ,esteja cansado o demónio
Em nós e nos outros…

O mundo parou
Mas não acabou
o tempo que era exíguo ,é mais lento
Ora falta-nos certeza ora alento
Somos mais desocupados
instáveis e preocupados
Com medo da nossa vez
Que não respeita , raça ,cor nem outro escalão
O cume é a sepultura sem excepção
Pois , talvez e desta vez
até aos esquecidos demos abrigo
Não importa se por medo ou amor
Vale mesmo evitar o perigo
Ainda que seja por medo
Porque pobres já existem há anos
Igualmente o dinheiro que preenche e alimenta
Nossas ambições, por iguais anos
De quem nunca se alimentou, nem lamenta
Por um direito seu violado
HÁi!o grito ignorado.
O mundo parou
Mas não acabou
Parou a arrogância
a petulância , a indecência
Parou a falsidade
De abraços e beijos venenosos
Aparentemente amorosos
Parou para freiar a velocidade
Frenética da ciência mui brilhante
Fria e desumanizante
Desta vez, não há fusos horários
O cosmos , ditou uma noite sombria
Que a todos amedronta
E afronta
É um invisível ,imprevisível
Mas não imparável
O mundo parou
Mas não acabou
As plantas germinam aurindo
O gemidos humanos
Pássaros chirriam
Dançando sol radiante
Graça contraditória sem ónus
Da Minha África de tudo carente
Atenuada do gigante vírus
Gentileza da mãe natureza
Que vez em de lágrimas que já transbordam
dá-nos esperança em arco-íris.
O mundo parou
Mas não acabou.

Para nunca ser o mesmo
Os beijinhos e os abraços
Voltarão para celebrar a irmandade
E a gratidão de quem sobreviver
Dos telhaços sem aços
O mundo parou…
Para recomeçar
repensar
E reascender
A tocha da fraternidade
Que o “euismo” fortou à humanidade
O mundo parou
Mas não acabou
Há um depois do covid-19
Que nos convida para o nós
À essência e pura existência.
O mundo não acabou
Apenas parou.