SONETO CAIPIRA Fogão de lenha na poesia... Luciano Spagnol - poeta...

SONETO CAIPIRA Fogão de lenha na poesia a poetar Panela a chiar, vastidão pela janela Cheiro da noite no negror sem tramela Desprendendo olor na roça aformosear... Frase de Luciano Spagnol - poeta mineiro do cerrado.

SONETO CAIPIRA

Fogão de lenha na poesia a poetar
Panela a chiar, vastidão pela janela
Cheiro da noite no negror sem tramela
Desprendendo olor na roça aformosear

O entardecer se tingindo de canela
No céu estrelas soturnas a navegar
Em uma sensação de paz, de amar
Amassando jeito matuto na gamela

É só silêncio, cigarro de palha a pitar
Saudade esfumaçada na luz de vela
Arando sensos num canoro devanear

Depois, uma pitada de solidão donzela
Acalentando as lembranças a revigorar
Ah, gostoso a vida caipira na sua tutela

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano