HERMENÊUTICA IMAGINÁRIA II O amor não... Fábio Oliveira,...

HERMENÊUTICA IMAGINÁRIA II

O amor não se cobra, não se impõe, não se exige, O AMOR SIMPLESMENTE ACONTECE OU SE CONQUISTA. Embora o povo brasileiro ame intensamente, jamais foi amado pela sua classe dirigente, e não é difícil constatar.

Quem ama cuida e respeita! É só observar as condições em que se encontra o país, após sucessivos governos fracassados.

Olhemos para as nossas favelas, as nossas escolas públicas, as condições dos hospitais, os nossos aeroportos, as nossas estradas, a nossa segurança, o desprezo pelas nossas riquezas naturais, o nosso patrimônio material e imaterial, e principalmente as nossas crianças, jovens, velhos, homens e mulheres. O descaso é tão grande, que é patético responsabilizar apenas um governo, senão a sucessão de vários governos.

O amor não significa passividade e muito menos subserviência diante de tantas injustiças.

A vida de Jesus Cristo foi o maior exemplo de amor que a humanidade já conheceu, e não devemos esquecer as suas sábias palavras: "Pai, perdoa-lhes que eles não sabem o que fazem". Mas mesmo amando demasiadamente, Jesus Cristo não era só passividade, e muito menos foi subserviente.

Em Jerusalém ao chegar ao Templo e se deparar com os inescrupulosos que ali realizavam suas negociatas, Jesus tomou um chicote e expulsou os comerciantes daquele local. A atitude de Jesus, mais que seu impacto agressivo, demonstrou o zelo pela casa e também a dor por ver desvirtuada a destinação própria do lugar.

O verdadeiro amor passa necessariamente por um despertar de consciência mais amplo, pelo respeito por todos os seres, pela defesa dos que sofrem, pela compaixão, pela evasão do egoísmo e acima de tudo pelo reconhecimento dos erros.

Acredito até que o ódio possa ser uma manifestação de amor em alguns casos. Quando se odeia as injustiças, as mediocridades, a mentira, o crime, com certeza se estar mais próximo do amor, do que aqueles que amam a superficialidade das aparências.

A motivação que faz alguém amar ou odiar é que determina a grandeza ou a pequenez da ação, e é aí que reside o VERDADEIRO AMOR.

O ódio, assim como o amor, é um sentimento que é despertado e induzido por muitos fatores. O amor se aprende e o ódio também. Na mesma medida em que uma criança é amada, e se torna um ser saudável e cheio de ternura, também uma criança com fome e mal amada se torna um ser desumano e marginalizado.