Não me acompanhe, acaso sou novela? As... afonso claudio de meireles

Não me acompanhe, acaso sou novela? As palavras fluem do nada, desconexas da realidade por vezes, ou eivadas das resuntantes do dia a dia.
A vida, se bem refletida é inexplicavel evento na vastidão do infinito. Qual dos homens será capaz de mensurar o firmamento, as galáxias e seus acontecimentos?
Qual dos seres será capaz, de fluir pelo universo em voos siderais?
Os sábios e entendidos sofrem mais, sim, ora pois, alcançaram plena compreensão da realidade, que somos o nada ante a grandeza universal da existencial do infinito, que por horas se manifesta em azul celestial, mas também revela o tom enegrecido do nada, pontilhado por luzes infindas em manifestações de cores e tons diversos, algo impossível de se contar, assim como os grãos da areia do mar.
Penso, logo sofro. Por não poder compreender a minha existencial manifestação em vida, aprisionado em um invólucro frágil e debilitado com o avançar dos anos, e na certeza de que breve, num piscar de olhos, não mais existirei em manifestação corpórea para este mundo físico.
Logo, o que fazer? Senão desprezar a sina pelo conhecimento e procurar viver iludido, ou cair em realista manifestação de entendimento para saber que verdadeiramente, nada somos.