O que fazemos da nossa vida é o que nos... Erick Morais

O que fazemos da nossa vida é o que nos define. Dessa forma devemos vivê-la de uma maneira que faça jus ao que somos. Acredito, inclusive, que quando fazemos o que gostamos deixamos um pouquinho de nós em cada ação, e assim, temos uma chance maior de sermos felizes. Entretanto, somos desencorajados a seguir os sonhos. Tratam, logo cedo, de nos puxar para baixo e fazer com que aprendamos a olhar o mundo com os olhos racionais. Essa lição é apresentada por Saint-Exupéry, quando conta que frustraram o seu sonho de ser um pintor.
“As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As 'pessoas grandes' não compreendem nada sozinhas e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando”.
A atitude tomada pelos adultos à época é a mesma que os adultos de hoje tomam. Embora acreditem que enxergam melhor que as crianças. Em verdade são cegos que não possuem o mínimo de sensibilidade. Contemporaneamente a situação talvez tenha até piorado, uma vez que devemos nos dedicar a atividades que nos garantam uma boa remuneração. Logo, ser um pintor, como no caso de Saint-Exupéry, não faz parte do jogo.