Você me confunde, você me irrita,... Lillian Cruz

Você me confunde, você me irrita, complica ainda mais essa minha vida que já não tem nada de normal. E eu juro que, de vez em quando, a vontade que eu tenho é de mandar você sair de perto e não aparecer mais. Vontade de te dizer umas verdades que causariam muito mais dor do que um soco bem dado na boca do estômago, vontade de te ignorar por um período indeterminado. Mas aí você chega com essa carinha de inocente que tem pinceladas de pura malícia. Me mostra esse sorrisinho quase imperceptível e abre os braços, claramente me convidando para um abraço. Aceito, afundo a cabeça no teu peito, me perco ao sentir o cheiro maravilhoso do teu perfume e logo me arrependo por ter cedido tão facilmente. Você me beija, aquele beijo que começa com ternura e que vai esquentando aos poucos: os lábios esquentam, o corpo esquenta, o clima chega em seu ápice e eu só consigo pensar que te quero ainda mais perto de mim. Tua boca desce para o meu pescoço, tuas mãos escorregam da minha cintura para os bolsos da minha calça. Tento me desvencilhar de você, finjo que não estou gostando, mas você ri ao notar minhas pupilas dilatadas e meu rosto corado. Meu corpo me condena, me sinto ardendo por dentro, queimando de vontade de ti, mas você me provoca ao beijar fortemente o meu pescoço ao invés de voltar para a minha boca. Aperto sua cintura com força, sinto como se pudesse te dominar, mas você logo me aperta ainda mais forte e prende minha perna entre as tuas, mostrando quem manda aqui. Mordo teu lábio, você roça a barba pelo meu queixo e me causa arrepios. Droga, realmente não dá para competir contigo.
Mas, sinceramente, desta vez eu não me incomodo em perder.