4hs da manhã e eis que me pego presa... Nanda Ribeiro

4hs da manhã e eis que me pego presa nesses pensamentos.
O amor e a vida têm suas trapaças. Envolve-nos de uma tal forma e nos engana enquanto enche-nos de esperanças. Aceitamos tudo e as vezes mendigamos coisas que jamais deveríamos aceitar, e isso infelizmente, acontece, sem a nossa razão perceber.
Num instante somos adolescentes apaixonados pela vida e pelo que ela nos proporciona, n'outro somos adultos feridos, cuidando de cicatrizes que insistem em continuar sangrando.
Num instante temos vários pares de mãos, prontos para nos segurar, n'outro tempo a gente cai e temos que aprender a nos levantar sozinhos, porque não há ninguém para nos ajudar.
Cresci achando que eu era uma super heroína, capaz de lidar com qualquer monstro (interno ou externo) que aparecesse em meu caminho. Mas fui traída pela minha própria imaginação. Me dei conta que eu não era essa super heroína que imaginava ser. Que sou tão pequena e frágil a ponto de caber em qualquer abraço alheio.
A gente percebe que a inocência que existe em nossos corações podem desaparecer em questões de segundos. Somos tão frágeis, quebráveis e vulneráveis.
E a vida e o amor vêm e nos dá uma rasteira. E a gente desmorona. E precisamos reacender e criar uma força interna para nos transformar no super herói que costumávamos ser.
Precisamos ser fortes, inquebráveis e intocáveis. Vestir a armadura para ser muralha.
Mas ser muralha é pesado demais.
E então, às vezes, a gente desaba.