Sei que não sou perfeito, mais nem... Diego Góes

Sei que não sou perfeito, mais nem poderia ser. Perfeito mesmo só o amor que sinto por você. Sou um ser humano e carrego com minhas decisões, toda minha natureza instintiva. Sou a falha técnica do imperfeito. Sem desculpas e sem milongas. Sou fraco, sou forte, sou sorte ou azar... Sou variante. Refém de um desejo maior... Desejo de amar. Mais também posso ser amado, observar e ser observado. Sou imagem e reflexo... Espelho de uma espécie de gerações. Sou a necessidade do interagir e a honestidade do admitir. Admito ser como um problema em sua vida, mas o que seria da vida sem os problemas? Não existiriam as soluções.
Sou assim, indecifrável. Antes não era nada e nem ninguém, andava por ai vago e perdido, encontrando sentido por acaso. Fingindo acreditar em algo. Não era eu, apenas coexistia. Fascinava-me com o incompreensivo da vida. Procurava uma esperteza a qual seria hostil a mim mesmo. Nessa jornada, em meio a tantas descobertas fui me redescobrindo diante da existência da vida, da magnitude do universo em paralelo ao esplendido amor.
Foi então quando acordei para mundo, obtive a sensibilidade necessária para interagir com as verdades universais que atormentam a todos nós. Hoje sou o tratado da natureza humana. Continuo sem saber, mais de que? Você sabe? O que se sabe é que o saber, apenas se resume em pura relatividade. Sábio Kant. Nessa vida de relativismo, somos apenas uma interrogação relativa a cada qual, a cada sentimento, a cada emoção. Somos em partes, corações pensando e mentes agindo. Somos razão x emoção. Essa é a nossa essência. Adoramos a razão, pura e sólida como ela é. Porém, não estamos muito acostumado com a razão na prática. Hipocrisia, demagogia... Talvez seja isso, resultado de tamanha injustiça. Ainda não notamos o que nos tornamos. Mais e dai? Nem queremos notar. Vamos fingir a felicidade, vamos fingir o amor, vamos fingir a vida.
Na minha ótica singular o simples é mudar, difícil mesmo é fingir que mudou. Eu mudei. Agora sou a convicção da esperança e não mais a crença do progresso. Sou fato, sou real. Sou ferramenta fundamental, da existência do ser. Sou amor, sou feito todinho para você. Sou ponte, passagem para uma nova era. Respectivo ao sonho de existir, de viver, de ter condição de ir além. Ser mais, ser alguém. Ser notável. Uma pequenina engrenagem propulsora do tempo.
O amor é base, a reflexão é a construção da estrutura e a meditação é a consolidação. Assim procuro construir minhas meias verdades. E nessa jornada vou me completando, somando incertezas e digerindo convicções. Abstraindo ódio e rancor. Tento me equilibrar nesse terremoto de subjetividade mais parece impossível. Me refaço perante a necessidade, antes que congele no tempo e sinta o baque do futuro. Como já dizia... A flexibilidade é o meio mais curto entre o velho e o novo. Talvez me considerem louco por pensar assim, mas prefiro imaginar que loucura seja a alienação a um mundo restrito a convicções tão solidas quanto rocha. Tudo se transforma nada se perde. E nessa prática tudo se refaz. O mundo, o universo, a existência... Tudo isso se refere a uma sequencia cíclica. Isso é apenas uma filosofia, a minha filosofia. E ela remete a sua expectativa toda a minha prática. Vamos nos observar mais, julgar menos. Viver de acordo com a realidade e não com a fantasia criada por nossos desejos. Entender que o amor se remete a afeição e a receptividade. Deixar um pouco de lado essa velha concepção de que o amor é uma regra, uma norma. Afinal somos “livres”, inclusive para amar. Será tão difícil compreender que o amor é uma consequência, um bônus e não um ônus por força de direito. Porém... “Somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos”. Por isso pense, viva, sinta, ame, reflita, abrace a vida como ela realmente é e não como você gostaria que fosse.