Quando o céu é o limite... O céu é o... Rosane Michalski

Quando o céu é o limite...

O céu é o limite e estou bem no início desta jornada.
Quanto mais penso e reflito sobre a vida, propósito, relações... entendo melhor a passagem bíblica que diz o quanto é difícil realizar a transformação pessoal para alcançar o céu!
Entenda-se céu como o estado espiritual consolidado no bem, na mansidão, na tranquilidade, na esperança, na bondade, na solidariedade, no altruísmo e os demais adjetivos positivos e nobres que puderem lembrar.
Tal estado espiritual, quando alcançado, produz uma paz que tormento algum afeta, nada entristece além do normal, conduz à resignação e a alegria da alma se encontra na luz do amor de Deus.
Muitas das movimentações humanas no mundo excedem o que se considera de bom senso. São ações que não refletem a luz que podemos alcançar.
Alcançar a luz exige esforço pessoal, abdicações, limpeza de alma, clareza de mente e uma ampliação de consciência que, para ser alcançada, necessário se faz realizar uma escolha na forma de vida que desejamos ter. Sim! Porque para alcançar o céu é preciso atravessar o deserto. Enfrentar as dificuldades com confiança, não nos outros, que são nossos iguais, mas em Deus, que é nosso superior e que nos ajudará na travessia.
Desapegar-se das coisas, lutar pelo que realmente é importante objetivando a melhoria do ser que somos transformará o mundo num lugar melhor. Abandonar velhas crenças e rituais, se abrir para uma reforma íntima visando vencer complexos, traumas e todos os sentimentos negativos que podem estar alojados na alma, fará com que Deus prevaleça em nós.
Isso é educação! Necessitamos de educação para aprender a sentir “bem o bem”. Coeficiente emocional?
Aprender a lidar com sentimentos, reciclá-los toda vez que for necessário. Policiar e domar a si, nos tornará seres melhores e refletirá no mundo.
Querem um mundo melhor? Uma sociedade melhor? A resposta para estas perguntas parecem ser consensuais. Então, denota-se com evidência que a questão principal é analisar a forma de construirmos estas melhorias.
Que tal começarmos as reformas em nós mesmos?
Não espalhemos comentários agressivos e injuriosos contra quem quer que seja. Pois, ninguém é superior, somos todos de uma mesma essência. O fato de que não concordarmos com os posicionamentos alheios nos dá a possibilidade de contrapor de forma educada, lúcida, sensível e respeitosa.
Toda vez que sentir raiva de alguém ou de alguma situação, primeiro olhe para dentro e perceba que a raiva é sua e de mais ninguém. Pergunte-se por que a está sentindo? Busque entender a si, tenha coragem de assumir seus sentimentos e de elaborá-los para melhor.
Essa capacidade de elaboração e reciclagem dos sentimentos é o que a família, a princípio, precisaria transmitir aos seus membros.
Hoje a família não transmite, por falta de tempo, por falta de interesse, por falta de bons exemplos, por falta de amor na base. O amor familiar educa, mostra as opções de vida e seus possíveis resultados, o amor abre a porta e deixa seus membros saírem para viver na prática as bases que lhe foram transmitidas.
Transmitir o amor verdadeiro, lúcido, abnegado, doador, de entrega total, ficou sem muitos protagonistas no mundo atual. Este sentimento inigualável proporciona a luz que aquece, conforta, faz com que as pessoas brilhem pelo simples fato de existirem.
A todos que querem um mundo melhor, uma sociedade mais justa, melhores condições para viver, com ensino de melhor qualidade, com um sistema de saúde de ponta, resta a pergunta: - O que fazes no teu interior e no interior de tua casa? Educas? Para qual objetivo?
Para alcançar a luz que tudo ilumina e prospera no bem? Ou para alcançar as coisas que o mundo pode, talvez, dar mediante o aprisionamento da alma na escuridão?
Tudo começa dentro de nós. O desenvolvimento é individual, mas o reflexo é no coletivo.
Entretanto, só podemos dar o que temos e caso ainda não tenhamos as virtudes necessárias, concluo que para mim e para você que desejar melhorar: “o céu é o limite”.