Mais uma vez meu pai estava certo. Ele... Marinho Guzman

Mais uma vez meu pai estava certo.

Ele tentou me afastar das más companhias com tanta veemência, quanto eu insistia em colecioná-las.
E por toda a vida eu fui colecionando bons e maus amigos.
A vida se encarregou de mais uma vez mostrar quanto meu pai estava certo.
Apesar dos pesares, tivesse eu seguido ou não os seus bons conselhos, estaria terminando como ele. Quase só, porém bem acompanhado!
O assunto é tão bom que não sei se continuo falando do meu pai ou da falta que os amigos não fazem.
Não fosse o Facebook e seria impossível a gente ter contato direto com as poucas virtudes e as grandes mazelas de tantos de nós. Nossas vidas estão escancaradas pelas redes sociais, e assim a gente conhece muito mais como pensam muitas pessoas.
E não me digam que esse não é um bom parâmetro.
As estatísticas não erram jamais. Pela quantidade da amostra, a gente pode ter quase certeza de como é o todo.
Tive grandes e bons amigos.
O álcool e as futilidades regaram essas amizades de tal forma, que enquanto foram convenientemente adubadas elas floresceram generosamente.
Depois veio a entressafra. O álcool foi terminantemente proibido e as futilidades perderam força pelo livre-arbítrio e pela razão.
Hoje os poucos e bons amigos são como os bons livros. Cada vez mais raros e não é sempre que tenho vontade de ler.
Eu teria trocado todos os amigos por mais um tempo com o meu pai.