“Lembranças de Amigos” Ao som de... Hélio Aparecido de...

“Lembranças de Amigos”



Ao som de velhas melodias a minha frente repassam primorosos momentos de verdadeiro aconchego. Foram horas de submissa sedução para um alívio mental espontâneo.
Uma sensação de primazia que enfatizavam momentos felizes numa época de descontentamentos. Era algo contagiado pela fantástica magia de um relacionamento recíproco entre verdadeiros amigos, que, parecia jamais ter fim, era um sentimento de eternização.
Mas como sempre, tudo um dia se acaba, os amigos se vão, seguem em busca de seus ideais, dos seus sonhos. São poucos os que ficam. Não que quisessem, mas por que este é o sentido natural da maioria das coisas, principalmente das pessoas. Pois elas estão sempre buscando seu aprimoramento, coisas novas, outras aventuras, sua naturalidade.
É como se percorrêssemos uma longa estrada a caminho dos nossos sonhos e realizações, que nem sempre, são os mesmos que os de nossos amigos. É uma viagem que muitas vezes levam décadas para chegar ao fim. São poucos os que dela voltam e mesmo assim alguns ainda tornam a partir.
Numa viagem em cada parada, uma visão diferente do mundo que se conhece. É tudo lindo, é tudo maravilhoso. Tudo é novidade.
Mas como sempre, a nossa jornada deve prosseguir a caminho do horizonte desconhecido. É então que nos sentimos pesarosos na hora da despedida. Parece que o mundo vai acabar. Pois ali estão ficando frutos de uma semente que talvez jamais sejam semeadas.
E hoje, como se chegar no fim de uma viagem, após esta mudança, revemos o velho álbum de fotografias, e ao observá-lo, muitas vezes as lágrimas encharcam os olhos escoando pela face, de uma melodia de eternas saudades causada pela distância, apesar de próxima da minha visão.
A dor da saudade se reforça obrigatoriamente a lembrar das paisagens, das brincadeiras ao redor das árvores, da alegria e o pior, da triste dor da partida. Mas como estava cheio, não havia lugar para tanta gente e a vida deve prosseguir o seu curso natural.
A vida é semelhante a uma cachoeira; a água jamais corre ao inverso da correnteza para rever as pedras e os peixes que por lá tiveram. E mesmo que um dia essas águas conseguisse voltar, não encontrariam os mesmos peixes, só os lugares e as pedras desgastados pelo tempo que jamais espera. Pois como os amigos, os peixes também são viajantes! Por H.A.A