Fiz de Mim o que Nao Soube
É muito comum ver pessoas reforçando as trajetórias e o esforço de personalidades negras que venceram na vida como parâmetro de defesa da meritocracia.
"Se eles conseguiram, todos podem conseguir."
Afirmar isso é uma verdadeira falácia!
Esses casos são exceções à regra e, na realidade, só evidenciam a grande desigualdade social e racial brasileira, decorrente principalmente dos processos históricos ligados à escravidão.
Engraçado, estamos no espaço público das redes sociais e achamos que apenas os outros são exibicionistas, narcisistas que vivem fazendo marketing pessoal de suas vidas.
Nós não!
Estamos realizando apenas divulgações, publicações e compartilhamentos.
Todos somos narcisistas em algum grau, uns mais, outros menos.
Assim, somos nós!
Quem tem razão?
João, que gasta seu tostão comendo feijão e tomando um cervejão, sem preocupação com o futuro da nação.
Ou
José, que gasta seu tostão tomando café, comendo em pé, remando contra a maré e tentando mudar o futuro da nação.
Eis a questão.
Infelizmente, presenciamos na sociedade pós-moderna "falsos progressistas" utilizando-se do "marketing do bem" para se promover politicamente. Chamo-os de "progressistas para inglês ver", alusão ao antigo ditado popular.
É a lógica do "tokenismo", citado por Martin Luther King, que serve apenas para dar uma imagem progressista; ou seja, uma organização ou projeto incorpora um número mínimo de membros de grupos minoritários somente para gerar uma sensação de diversidade ou igualdade.
"Separar o joio do trigo" nesse mar de lama que se transformou o Brasil é um grande desafio.
A publicidade quer capitalistas alegres vendendo "felicidade" para a plebe.
A publicidade afirma que todos nós somos empreendedores e que a escravidão moderna não é verdadeira.
A publicidade promove a ideia de que a terceira idade é a melhor idade, e que trabalhar não tem limite de idade.
A publicidade vende a ideia da felicidade no "aqui e agora", sugerindo que temos liberdade para consumir tudo o que desejamos.
Que Deus nos dê sabedoria e serenidade para não cairmos nas garras da publicidade.
Sentia-se oprimido, deprimido e preterido; buscou abrigo na casa do amigo, onde foi muito bem acolhido.
No entanto, bastou um alô do opressor para trocar o ombro amigo pelos braços do inimigo. É isso!
Acho louvável a tentativa da linguagem inclusiva em acolher a todos, todas e todes.
No entanto, não consigo enxergar efeitos práticos, especialmente na periferia, onde o povo luta diariamente por um prato de comida.
Até o presente momento, percebo a linguagem inclusiva impactando, em termos práticos, uma parte exclusiva da classe média brasileira.
Na base da pirâmide social, essas pautas parecem inócuas e sem significado no contexto de extrema pobreza em que vivem.
Em vida, constantemente ignorado, desprezado, criticado...
Em morte, eternamente elogiado, celebrado, adorado...
Para alguns, aos 50, 60, 70 ou 80 anos de idade, ainda é hora de trabalhar, estudar, semear, plantar, reinventar...
Para mim, é hora de descansar, viajar, passear, aproveitar, lograr...
Na sociedade contemporânea permeada pelo fenômeno do esgotamento, a mais nefasta consequência manifesta-se na forma da renúncia, isto é, na exaustão que não incita ao repouso, mas sim à abdicação.
O amor, mesmo oculto pelo ódio e ansiedade, é uma força resiliente que, ao ser integrada com emoções contrastantes, ilumina o caminho para a cura e o equilíbrio emocional.
A dinâmica do amor para a mulher é marcada por um profundo desejo de alcançar a plenitude da vida, que frequentemente a leva a atos de autossacrifício.
Ela percebe o amor como um projeto de existência racional, transcendendo meras reações emocionais e servindo como um meio de realização pessoal.
Enquanto isso, os homens tendem a adotar uma visão mais romântica do amor.
Para as mulheres, encontrar seu lugar no mundo, cumprir sua missão e elaborar um plano de vida equilibrado, frequentemente ligado à maternidade, são prioridades.
Essa perspectiva ajuda a entender por que as mulheres são mais inclinadas a buscar o divórcio, enquanto os homens muitas vezes o fazem por causa de um novo amor.
Enquanto a inovação almeja desbravar novas ideias e soluções progressistas, a conservação se apega à preservação de valores e tradições profundamente enraizados.
Este embate intrincado entre essas forças antagônicas nos confronta com a questão essencial de como harmonizar o progresso com o respeito à nossa história.
São decisões que vão além do pragmatismo, refletindo nossos valores mais profundos e perspectivas individuais, desafiando tanto indivíduos quanto sociedades a navegar com maestria entre a correnteza da inovação e a calmaria da conservação.
A ausência de autocrítica e reflexão constitui um passo significativo em direção ao totalitarismo, representando uma preocupante inclinação para um regime caracterizado pela intolerância e pela supressão de vozes dissidentes.
É inquietante reservarmos a etiqueta social para estranhos, enquanto nossos entes queridos suportam nossa grosseria, irritação ou desdém.
Estabelecer um padrão mínimo de civilidade, mesmo nos dias mais desafiadores, é importantíssimo para evitar causar danos e preservar laços valiosos.
Se permitirmos que nossos impulsos dominem nossas ações, nos rebaixaremos à condição animal, agredindo verbalmente em vez de nutrir conexões.
Ao despertar, encontrar uma disposição jovial não é fácil, exigindo um esforço concentrado para descobrir um sorriso matinal.
A docilidade é uma complexa construção de nossa psicologia e temperamento, moldando nosso caráter para uma convivência pacífica.
A generosidade se revela na atenção cuidadosa, na vigilância constante e na renúncia ao egoísmo que nos leva a esperar servidão e compreensão automáticas dos outros.
Afigura-se que a etiqueta e a cortesia são reservadas para as interações com indivíduos desconhecidos, enquanto aqueles que compartilham intimidade conosco são frequentemente submetidos à indelicadeza, à irritabilidade, ao amargor e aos maus-tratos.
A verdade pode ser subjetiva, mas a liberdade de expressão é um direito fundamental que deve ser respeitado por todos.
Benê
