Finais
Passamos tanto tempo vendo filmes com finais felizes que pensamos que nossas vidas devem ser iguais aos finais. Para termos uma vida precisamos de uma boa saúde, moradia, trabalho, amigos e um amor, porém somos seres humanos que sempre buscamos mais e mais, mas às vezes não sabemos os limites destes mais. Podemos ter uma casa confortável e razoavelmente boa, porém queremos que ela seja a melhor do mundo, mais bonita e cara, que tenha uma piscina enorme para no fim da tarde você poder aproveitar e ter um carro ‘fodastíco’. Também reclamamos de barriga cheia, temos uma saúde boa, mas mesmo assim achamos defeitos em nossos corpos inteiros, queremos ser iguais aos modelos de Tv. O dinheiro que recebemos não pode só dar para pagar as despesas gerais, tem que ter dinheiro para comprar roupas e sapatos novos e caros todos os meses, e todas as baboseiras que achamos que sejam uteis para nossa vida. Sempre achamos defeitos em nossas vidas. Não agradecemos quando acordamos por termos mais um dia para conseguirmos conquistar mais um pouco, nem falamos para as pessoas que estão ao nosso lado o quanto elas são importantes. Às vezes encontramos alguém legal, na verdade, muito legal, que conversa com você, te entende, tem paciência, e todas as outras coisas ideais para você ser feliz, mas não, você acha uma maneira de conseguir estragar aquele amor com besteirinhas porque na sua cabeça acha que amor de verdade é aquele que não há brigas, que todo dia o homem te entregue um boque de flores no trabalho ou sua mulher faça um jantar te esperando com uma roupa sexy e assim por diante. Sendo que na verdade as maiores provas de amores estão nas coisas mais simples, coisas que consideramos bobas, ou você valoriza toda vez que a pessoa amada pega na sua mão? Vamos combinar, não tem nada melhor do que quando a pessoa amada te olha e ainda solta aquele sorriso ou então apenas diz “você é importante pra mim”. Tenha certeza que estas coisas valem mais do que coisas materiais. Por isto eu digo, felicidade está nas coisas simples. Você não precisa ter a maior nem o melhor carro para ser feliz, não precisa morar de frente pra praia e trabalhar só 4 horas por dia para ser feliz, bem pelo contrário, não adianta nada você passar a vida inteira juntando dinheiro e no fim não aproveitar. Inúmeras pessoas fazem isto, e adianta ser rica se não consegue aproveitar nem cinco minutos do seu tempo com sua família? Não que seja errado ter muito, só que se for para ter muito que seja da maneira correta, que você ainda se ame em primeiro lugar e deixe o dinheiro para uma das suas últimas opções da sua vida, porque não se esqueça que sempre vão existir pessoas que te amam muito.. E você já disse o quanto as ama hoje? Você ainda tem tempo! Porque vale muito mais passar tempos com as pessoas importantes da sua vida do que tentando juntar o dinheiro.
A verdade é que não existem finais felizes, só tem final feliz a história que ainda não acabou. Se existe muita harmonia paz e calma... duvide. Nada na vida é tão ruim que não possa piorar.
Ainda é bom quando em certos momentos temos a esperança que há finais felizes e que sonhos podem se tornar reais, por mais improváveis que sejam.
Ficar "surdo e cego" podem ser os sintomas finais de uma doença extremamente grave – EID
Ego Inflado Descontrolado
Sensíveis choram nos finais dos filmes, sensíveis amam os brutos, sensíveis marcam encontros com o mar, sensíveis inventam verdades e regam vasos vazios. E daí, que choram escondidos, que brigam por desconhecidos, que são enganados, excluídos sós ainda que em meio á uma multidão. Sensíveis se importam tanto com o que os outros sentem, que quase não há tempo para se importar com que o outros pensam.
Caríssimo Neto Braga,
Nasci nos anos finais da década de 60, quando se exacerbava a importação de ídolos da música, da moda e até dos valores para nossa gente. Era chic ter calça Lee, ouvir Beatles e Rolling Stones, criar bandas com nome inglês, The Fevers, Blue Caps, marca USTOP. Sim! Começávamos a largar muito da bossa verde e amarela, passando a importar o que de fato devia nos importunar. Estávamos a permitir americanismos que, subliminarmente, manipulavam o sistema geral: capitalista dominador cujo Tio morava nos States... Mas também era chic parecer com eles!
Na roça, nossos heróis se mantinham igual, enfrentando secas, fomes, misérias, embora a superintendência do Desvio de Verba Pro-Nordeste, que por esse tempo, já mostrava suas barbichas, ou melhor, seus amplos bigodes, já maquiasse um pouco a realidade de nosso povo, mas que no fundo não passava de mais um coronel institucional a serviço de outros.
Tais heróis do campo, quando muito, ouviam o rádio de pilha e eram fotografados a preto e branco tal e qual a vida que levavam: “o preto no branco”, tudo às claras, a dura realidade, acostumados com a apregoação de um Deus que impunha estação severa de seca e flagelo sem fim, predestinados ao sofrer, mas que nunca desmereceram o solo que, com pés tão rachados quanto o local das pisaduras, numa cena telúrica inconfundível, compuseram as canções de suas vidas com garranchos, sol ardil, comida singela, viola ponteada como pingos ralos das chuvas miúdas do sertão, ajustadas ao piar dos pássaros.
Heróis sem o saber que continuavam a caminhada dos nossos lideres implacáveis do quilate de Antonio Conselheiro, dos beatos guerrilheiros, dos personagens asseverinados do engenheiro da poesia, João Cabral de Melo Neto, ou por outra, os retirantes das obras de Raquel de Queiroz, de Lins do Rego, outros seres ornados com as rimas de Moacir Laurentino, Cego Aderaldo, da coragem inata de Barbara de Alencar, de Jovita Feitosa, não nos forçando à evocação de mitos internacionais, embora ilustres como Luther King (americano), Mahatma Gandhi (indiano) ou até um deus olímpico para dar robustez ao caráter e nobreza dos nossos homens e mulheres, que, como já se pode ver, temos para exportar.
Não almejo chegar aos extremos do personagem ultrapatriota, “Major Quaresma”, de Lima Barreto, ao exortar um colega de trabalho que sonhava ir à Europa, dizendo-lhe: “Ingrato! Tens uma terra tão bela, tão rica, e queres visitar a dos outros!”
Creio que meu posicionamento não leve a desmerecer a valorização da cultura clássica, deixar de reconhecer o mérito de quem sabe o verdadeiro valor de ser exímio leitor, de amar os livros, o conhecimento, mas insisto, meu caro amigo Neto Braga, que se legitime o cerne da alma de marfim que todo sertanejo possui.
Com chave de ouro, para bem fechar uma página, vou de Patativa, renome internacional saído das brenhas do Assaré, que homenageia a natureza sertaneja, partido do seu eu coletivizado.
“ Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará.”
Nem contos de fadas, nem finais felizes,
eu gosto é das marcas, me agradam as cicatrizes.
A paz é para os fracos!
As vezes pensamos que a vida é um lindo conto de fadas,sempre com finais felizes, mas na realidade a vida é uma passe de mágica, pois é num simples passe de mágica que a magia floresce sendo boa ou ruim, com isso normalmente a vida transforma-se numa história que normalmente o final não é definido, pois somente o que é definido é o conto de fadas, já a vida é uma eterna transição e modificação que nunca sabe de fato o que vai aconter ou não.
Sou uma pessoa complicada, cheia de poréns, vírgulas, e tristemente também alguns pontos finais.
Tenho a péssima mania, dita como personalidade de mostrar meu lado obscuro antes de mostrar o colorido, como é muito comum entre os demais seres humanos, dotados de senso comum de que é muito mais lindo entregar as rosas ao invés dos espinhos. Pois é, mostro sempre os espinhos e acho que a rosa é premio por ter me suportado durante todo o percurso, se me merece, se me compreendeu, lhe entrego o mais puro dos prêmios, meu carinho, meu lado meigo, meu sorriso de confiança.
Gosto de pensar que alguns finais acontecem para o nosso próprio bem. Não se extermina um câncer sem matar algumas células inocentes.
