Fila
Apanha-se muito menos na Fila da Porrada do que na do Tapinha nas costas. A primeira dá voltas no Quarteirão, a segunda, no Planeta.
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Vivenciando desafios, saltando barreiras
no trem, no ônibus, na fila do supermercado, sem ter um centavo, esmolando no transito,
fazendo malabarismos no semáforo, morando na marquise, sem banho, sem água, em meio a muitas guerras...
A moedinha que cai no prato é a
esperança em movimento e
no coração daquele que recebe
o lindo sonho de soerguimento.
S A L T I M B A N C O
Ainda na fila, vem-me a reflexão.
Pagar o ingresso para ter diversão?
Entre empurrões e palavrões procuro um bom lugar.
Respeitável público, o espetáculo já vai começar!
As cortinas se abrem, música alta, luzes estroboscópicas que me cegam por um instante.
De repente, sou puxado pelo braço, escolhido ao acaso, começo a fazer parte do show.
Trapezista que se lança sem rede de segurança.
Equilibrista sobre uma linha tênue entre o fracasso e o sucesso.
Malabarista de boletos, mágico fazendo aparecer o pão de cada dia.
Habitante do globo da morte e, literalmente, fazendo o papel do palhaço.
✍️Na vida a gente aprende que a Fila anda e a Roda gira. O segredo é ficarmos atentos aos fura filas e ao girar da Roda.
Na fila do supermercado uma senhora foi surpreendida pelo vizinho que perguntou se ela estava com o cartão de crédito. Ela disse que estava e ele tirou algum dinheiro do bolso e disse para ela completar, caso faltasse dinheiro para finalizar o pagamento das compras da sua cesta.
Ela observou a cesta e perguntou:
- Por que esta quantidade de pó de café e pacotes de bolachas?
Ele explicou que gostava de comer bolacha com café, de manhã, de tarde e de noite.
Ela mostrou uma garrafa de vinagre que estava entre outras coisas na sua cesta e explicou que era para fazer gargarejo, sua garganta estava irritada.
Ele observou bem e respondeu:
- Venha tomar café comigo e garanto que sua garganta vai ficar boa. Às vezes, tudo o que precisamos está numa boa xícara de café fumegante.
Ela sorriu confiante no "remédio" oferecido por seu vizinho.
Transporte público, a fila do inferno, corpos amontoados em busca de um lugar na janela, onde a paisagem externa é mais bonita e o olhar interno tedioso, isso diz muito sobre nós mesmos, e as respostas seguem nas pequenas coisas da vida.
O político.
Quem é esse cara?
Um dia, ele foi um cidadão comum, provavelmente já furou fila, já usou do famoso jeitinho, para resolver algumas questões.
Já entrou naquela de uma mão lava a outra.
E em algum momento conheceu o poder.
Levando em consideração a nossa população, e o pensamento de uma grande maioria, sinto que a corrupção jamais terá um fim.
Fim
Hoje, eu a vi na fila da lotação, fiz questão de passar ao largo.
Nunca se sabe, se me aproximasse mais, eu poderia sentir o perfume, que me deixa embriagado.
E se ela me olhasse? Estaria eu, novamente aprisionado.
Nessas idas e vindas, nessas filas de ônibus lotado.
Tenho medo de não percebê-la e acabar com a minha vida, em um simples esbarro.
Caso aconteça, eu sei, meu corpo pedirá um abraço.
Minha boca gritará por seus lábios.
Só mais um beijo, só mais uma migalha daquele nosso sonho, despedaçado.
Hoje, me viram totalmente embriagado.
Tiveram dó, ojeriza, do tal Famigerado.
Não fora o álcool, foram só tormentos, de uma cela, que chamo de passado.
Me peguei parado, fitando-a, estagnado.
Despertei daquele pesadelo acordado.
Não arrisquei, vislumbrei-a, desejei não tê-la amado.
Suspirei, passei ao largo..." - EDSON, Wikney
era ali, onde tinha tudo parado na fila do tempo inteiro, faltou várias vezes o tanto pensado. Seria manter ou perder? Dose excepcional para um dilema específico. Para todos os efeitos, ainda dá mais ..
DIFICULDADES:
A fila está cheia de clientes
Todas querem um produto
A solução
Todos suplicam para o gerente
"A solução!"
Gritam entre si
"A solução!"
Todos sabem que existe
E sabem que tem que ter
Sabem suas vantagens
A solução, dizem eles
Mas ninguém pergunta
Qual o preço da solução
Ai !!!! A fila está andando!
Se vencerem vencemos.
Fazemos para os outros acreditem em Deuses ou heróis e vamos vencendo.
Não tem haver com reconhecimento ou com egoísmo (enganação). Tem haver com o futuro nosso como espécie e como pessoas.
É vencer o que é. É provar o que foi, o que fizeram, o que vamos fazer e muito mais o que deixaremos.
Todos nós assim vencemos. Geração após geração.
Seja quais inimigos forem.
Que seja nós mesmos.
Que seja o desconhecido.
Deixando um pouco de nós mesmos venceremos.
Como é bom o gosto de vitória!
Que não seja hoje, mas amanhã!
Que não seja meu, mas que seja seu!
Posso não mais o eu o ser, mas serei.
Posso não mais o eu o saber, mas saberei.
Posso não mais ser lembrado, mas comemorarei não mais sozinho.
CONVERSÊ BÍBRICO
Demétrio Sena - Magé
Na longa fila do banco, a conversa entre dois idosos evangélicos, aparentemente conhecidos um do outro, estava bem animada:
- Paz do sinhô, irmão! Faz tempo que nóis não se vê!
- A paz, irmã! Sube que a sinhora tá com netinho novo! É home, né?
- isso, irmão! É um varão abençoado!
- Qual é o nome dele, irmã?
- É bíbrico, irmão; quero vê se o sinhô adivinha!
- Hum... é Jusé? Sadraque? Abidinego?
- Não. Vô dá só uma dica. É o nome da pessoa que botô os animá na arca de Noé!
- Aí a sinhora já disse! O nome dele é Noé!
- Noé? Não, irmão! O nome dele é Abraão! Foi Abraão quem botô os animá na arca!
- Não, irmã; foi o Noé mermo; ajudado pela famía!
- Nada disso! Eu sô professora da escola dominicá! Sei o que tô dizeno!
- Irmã, me adescurpe; mas acho que a sinhora tá inganada...
Foi, não foi; não foi, foi; parecia o poema OS SAPOS, de Manuel Bandeira. O diálogo foi esquentando, com ambos querendo saber mais que o outro, até que um senhorzinho franzino, enfiado em um terno laranja e com cara de veterano em assuntos "bíbrico" resolveu entrar na questão.
- Os sinhores me adescurpe; mas os dois tão errado. Não foi Abraão nem Noé quem botô os bicho na arca.
- Uai; mas entonce quem foi, se não foi nenhum deles? - Perguntou a mulher, com ares de muita indignação.
- É, eu tomém quero sabê; proque agora fiquei na dúvida. - Desafiou o outro.
- Foi Pilatos, meus irmão na fé... ocês tomém são invangélico, num são?
- Somo sim. Somo - Respondeu a mulher -; mas fala, irmão. Eu nunca sube dessa; que foi Pilatos quem botô os bicho lá.
- Eu tomém não; mas o senhô tem arguma prova? Prova mermo? Bíbrica?
- Os dois pense comigo: quem a Bíbria disse que lavô as mão? Num foi Pilatos?
- É; isso foi, mas... - A mulher tentou questionar.
- Pois entonce, meus irmão! Se Pilatos lavô as mão, foi proque as mão ficô tudo suja, de tanto animá que pegô!
- Agora o sinhô pegô nóis.
... ... ...
Respeite autorias. É lei
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