Fernando Pessoa Poema Hora Absurda

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Antes do aparecimento do espelho a pessoa não conhecia o próprio rosto senão refletido nas águas de um lago. Depois de um certo tempo cada um é responsável pela cara que tem. Vou olhar agora a minha. É um rosto nu. E quando penso que inexiste um igual ao meu no mundo, fico de susto alegre. Nem nunca haverá. Nunca é o impossível. Gosto de nunca. Também gosto de sempre. Que há entre nunca e sempre que os liga tão indiretamente e intimamente?

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Quantas vezes você fez questão de esquecer
aquela pessoa que você prometeu amar para sempre?...

A pessoa erra, você a desculpa. A pessoa erra de novo, você a desculpa. Será que se você errasse uma vez sequer, a pessoa te desculparia?

Quando uma pessoa anda com insónias, volta-se e torna-se a voltar na cama, à procura do fresco ombro do leito. Mas basta tocá-lo, para ele se tornar tépido e recusar-se. E ele procura noutro sítio uma fonte durável de frescura. Mas não consegue dar com ela, porque mal lhe toca a provisão esvai-se. O mesmo se passa com aquele ou com aquela que se fica no vazio dos seres. Não passam de vazios os seres que não são janelas ou frestas para Deus. É por isso que, no amor vulgar, só amas o que te foge. De outra maneira, vês-te saciado e descoroçoado com a tua satisfação.

Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.

Desânimo, a pior coisa que pode acontecer com uma pessoa, porque quando você desanima de algo, em consequência você desanima da vida, você desiste das coisas e das pessoas. E não há nada pior do que desistir delas, porque você desiste delas e, no fundo, já desistiu de você mesmo há muito tempo.

Ora, não sou linda. Mas quando estou cheia de esperança, então de minha pessoa se irradia algo que talvez se possa chamar de beleza.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Adeus, vou-me embora!

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Aborreça-se com a pessoa amada apenas o tempo de perceberes que felicidade é o que importa e que toda raiva é em vão, por que para um amor de verdade sempre haverá perdão.

Sei que a pessoa tá com o celular desligado mas ligo só pra escutar a voz da pessoa na caixa postal. Não sei amar sem ter 12 anos.

Cada pessoa tece a sua própria versão dos fatos. Cada um de nós tem uma maneira particular de perceber as coisas, e há diversos graus de intensidade no sentir, o que torna absolutamente infrutífera essa perseguição pelo senso comum.

Honestamente, não gostaria de estar ao lado de uma pessoa que não tem nenhum interesse pela vida. Nem em evoluir. Tem coisa mais fútil que só olhar pra si mesmo?… Antes de amar alguém a gente admira essa pessoa. O jeito, o caráter, as qualidades, a forma como ri, sei lá. Qualquer coisinha vira coisona. Tudo é inspiração quando a gente ama.

Se soubesses da solidão desses meus primeiros passos. Não se parecia com a solidão de uma pessoa. Era como se eu já tivesse morrido e desse sozinha os primeiros passos em outra vida. E era como se a essa solidão chamassem de glória, e também eu sabia que era uma glória e tremia toda nessa glória divina primária que, não só eu não compreendia, como profundamente não a queria.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

Libertar uma pessoa pode levar menos de um minuto. Oprimi-la é trabalho para uma vida. Mais que as mentiras, o silêncio é que é a verdadeira arma letal das relações humanas.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Nota: Trecho da crônica "Falar"

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Por que foi feito com todo sentimento, o jantar preparado pela pessoa amada é sempre o melhor do mundo! (Mesmo que o arroz tenha empapado, que o frango tenha queimado e que a cozinha quase tenha ido pelos ares!)

Uma pessoa bondosa nos é prestativa quando precisamos mesmo quando sequer lhes pedimos ajuda.

Nem se você fosse a pessoa mais perfeita do mundo, todos iriam achar um defeito em você.

O desejo anula todos os sentidos, faz da pessoa ou do objeto desejado um prêmio de mais alto valor. É bom, vicia, cega, mas desejar o que não se pode ter, além de ser instigante, é extremamente perigoso.

Não tem idade. Não tem tamanho. Não tem peso. Não tem cor. Não tem pessoa certo. Tem o momento certo, o resto é detalhe.

Cuida de viver e respirar a pessoa amada como se fosse ela a tua própria vida, para que ela perceba o quanto tu a amas, e para que não te depares com uma pessoa desconhecida no final de tua vida.

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

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