Fernando Pessoa Poema Hora Absurda

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⁠Foi um beijo...
Foi um beijo mentalizando na sua boca.
Só tuas mãos quentes me apertando e percorrendo pelo meu corpo!
Nada estava acontecendo programadamente mas a ansiedade que havia não era pouca...
Teu olhar ardia na minha alma e seus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinqüente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto trêmula.

🧠💭💭💭💭😘🍫

⁠Estamos no Halloween
Tudo pode acontecer
Se não queres ser apanhado
Vais ter que te esconder
Está noite é tão escura
Não há lua para ver
Lobisomens ou vampiros
A ganhar ou a perder
Esqueletos a dançar
E morcegos a voar
Está noite é tão estranha
Até já vi uma aranha

⁠Ah, se eu pudesse voltar!

Cair e rolar no chão
sem medo de se sujar,
correr no meio da rua,
não ter conta pra pagar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Comer goiaba no pé,
soltar pipa, pedalar,
jogar bola no campinho,
ir pra escola estudar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Ir pra casa da vovó
pra comer e engordar.
Ser sincero e verdadeiro
falando o que quer falar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Ser o futuro do mundo
e nem se preocupar,
brigar com um amiguinho
e ligeiro perdoar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Ter amor em seu sorriso
e bondade em seu olhar,
sonhar e ter a certeza
de que vai realizar.
Como era bom ser criança.
Ah, se eu pudesse voltar!

Querer que o relógio corra
fazendo o tempo passar
pra ser grande, ser adulto
e, quando a hora chegar,
dizer repetidamente:
Ah, se eu pudesse voltar!

Bráulio Bessa
Um carinho na alma. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.

⁠Vaso quebrado


Mais um vaso foi quebrado

E não sei quem quebrou

Se bem que toquei

Pensei que fosse sólido

Porém me enganei


Do vaso vi as flores

Depois murcharam

A água derramou

E vi se espalhando

Senti me molhando


Então me esquivei

Até falei:

-Vaso olhe…

não me molhe…

O vaso se aquietou…


Nada mais falou

E tempo passado

Vaso de um lado

Eu de outro

Não sei se, se magou…


Passou e eu colhi flores

E no vaso coloquei

As flores logo murcharam

Então ao vaso indaguei:

- O que aconteceu?


O vaso disse: - Absorvi…

Sim, o vaso absorveu

A água que coloquei

E aí passou assim

A não alegrar pra mim


As flores não mais colhi

O vaso recolhi

Ficou guardado

E ali sozinho…

Logo o vaso se quebrou.

⁠Tudo rede social

Livro feito de papel
Rarefeito
Sem efeito...
Tudo rede social

O falado fica por dito
Tudo escrito no digital
Faz download
Faz upload
De imagem escrita
De livros quanto quiser
Sem contar que é de graça

Podia alguém imaginar
Isso acontecendo?
Livraria fechando
Sem um livro físico
Pois, ninguém tá comprando

O povo pouco lê
Consome o que vê
Acredita na TV,
Na rede social
E jornal de canavial

Livro físico virou coisa banal
Fútil, sem serventia
Porque nem se folheia
Um revista de papel
Tudo rede social

⁠Estava triste por ter perdido
Mas me toquei
Como eu poderia
Ter perdido
Algo que
Nunca tive?

⁠Eu já conheci muitos lugares incríveis que me deixaram encantado, mas quem diria que foi no seu sorriso que eu fiquei mais arrepiado.
Quem diz que o Sol é o que torna o dia mais belo, é porque não conheceu este seu sorriso tão lindo e singelo.
Sim, eu me perco no seu sorriso, mas logo me encontro no teu olhar, já sua alma me acolhe e seu jeitinho doce me faz sonhar.
Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci na minha vida, tão maravilhosa que eu fico triste a cada despedida.

⁠Eu venho fingindo ,eu venho tentando decifrar todo esse sentimento.
Ontem eu te quis tanto comigo,hoje as dúvidas está me rondando.
Eu tento enxergar uma luz no final do túnel,
mas tudo que vejo são dias mais cinzentos.
Só que que quando volto no tempo e lembro do seu sorriso,quando lembro do brilho no olhar,algo me diz que devo tentar,devo ficar aqui, aqui com você.
Mas o medo me pega de uma forma tão profunda,ninguém esteve tão longe e tão perto ao mesmo tempo.
Mesmo distante você consegue me ler
e isso me deixa perplexa e ao mesmo tempo com raiva.
Ninguém se aproximou tão perto da minha verdadeira essência,e isso me assusta.
Eu sei que demonstro muita confusão e incertezas, mas ainda consigo nos enxergar no futuro.

⁠Muitas fugiam ao me ver…

Muitas fugiam ao me ver
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia

Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto

Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.

Carolina Maria de Jesus
Antologia pessoal. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996.

⁠Sou negra,
Sou negra beleza pura,
Como é bom ser negra!
Para toda esta beleza
Meu tipo não é europeu.
Venho da África, meu irmão,
Sou negra sem os 68 cm de cintura.
Como é bom ser negra
Do nariz largo, dos lábios grossos,
Dos olhos grandes, atentos a tudo.
Dos meus seios redondos já não sai
Mais leite para os teus filhos
Mas sim para os filhos que eu quiser!
Sou negra dos quadris invejáveis para
O repouso do homem que eu quiser ter.
Eu sei o segredo do caminhar e te envolver –
Cuidado, seu moço!
Não sou peça de prostituição!
Não sou mais do teu fogão!
Sou negra do pixaim que exibo com prazer!
Sou negra pro meu nego me chamar de pretinha!
Sou negra não pro samba de Sargentelli da vida,
Mas para o batuque do meu povo guerreiro:
No morro, na favela, no terreiro!
Minha mãe não é Nossa Senhora,
Mas sim Nana Buruku.
Meu herói não é Princesa Isabel,
Mas sim o grande Zumbi.
Como é bom ser negra!
Sou negra e sou Miss da Negritude;
Sou negra e sou Rainha do Congo, na Angola,
Na Nigéria ou no Brasil.
Sou negra apesar de você me denominar de moreninha,
Mulata, jambo ou outro matiz.
Sou negra e não reforçar o sistema que está aí
Sou negra apesar de você não admitir,
Eu sei o jongo de capoeira
Eu sei o jongo do afoxé,
O segredo do candomblé
Eu sei dar o tempero certo para o vatapá
Que eu quero comer.
Como é bom ser negra!
Negra para toda essa negritude!
Sei que sou o veneno, a pimenta
Com meu sorriso aberto, meus pés grandes
e firmes
Sou negra
Sou gostosamente negra!
Extasiantemente negra!
Conscientemente negra!

⁠⁠Bom dia flor do dia!
Hoje o Sol nasceu pensando em brilhar intensamente, mas ele não se compara ao brilho do teu olhar e do teu sorriso radiante que não saem da minha mente.
Que o seu dia seja tão incrível como você minha linda!

Raízes da Terra e do Mar.

Na dança dos tambores ecoa a herança ancestral
Cultura afro-indígena, raízes da nossa nação
Na pele, nas cores, a força de um povo imortal
Histórias entrelaçadas, em cada gesto e canção

Dos orixás aos pajés, o sagrado se revela
Em cada canto, em cada reza, a conexão divina
Na arte, na culinária, a sabedoria que se revela
Tradições que resistem, memórias que iluminam

Nas festas populares, a festa da resistência
Celebração da vida, da luta e da fé
Nos terreiros e aldeias, a força da existência
Entre rezas e cantos, a esperança se refaz

Cultura viva pulsando, no coração do Brasil
Afro-indígena é presente, é passado e é futuro
Nas danças, nos rituais, um povo em busca de paz
Lembrando sempre de onde veio e para onde aponta o rumo.

Sou viajante do tempo meu amor
E do tempo que venho a paixão é utopia
E as conexões são mentiras
Pouco se sabe sobre o amor e muita se sabe sobre paixões frias

Onde Quase não se vê as emoções que incendeiam o peito
Onde as qualidades são superficiais e a admiração é um defeito

Sou de um tempo onde a intimidade é facilmente trocada pelo bel-prazer
E nisso se vai toda história de momentos clichês
Onde os relacionamentos são formados sobre bases frágeis que se vão quando o vento vem
Será que vive nesse tempo também?

Também sou de um tempo onde a poesia ainda é carta de conquista
E gosto de pensar que por mais raro que seja, ela ainda exista
Sou de tempos que a oportunidade de um amor verdadeiro não pode ser desperdiçado
Me recuso a desperdiça-lo

Também sou de tempos em que os sentimentos são barcos sem velas e sem Lemen
Poucos conseguem avistar o cais e muitos sucumbem ao ventos

Também sou um barco desses pode acreditar! A diferença é que sei pra onde quero ir e você é o lemen que vai me levar.
Li uma frase em meu tempo que dizia: para quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve!
Sei para onde quero ir quer que eu te leve ?

⁠A vida me guiou sozinha,
sem muito planejamento.
E, passo a passo,
caminho e cresço.

Nesse caminhar,
existe o que procuro,
mas também aquilo que encontro.

Agradeço a quem passou
ou continua ao meu lado.
Celebro os momentos,
os lugares onde estive.

Convivo com meus defeitos,
busco corrigi-los.
Recebo o abraço do tempo.
Vida, nada me deves!

⁠⁠Que Saudade!

Saudade dos que já foram
Saudade dos que nem chegaram
Pois sei que irão partir
Saudade de brincar
Saudade de sorrir
Saudade das coisas que aqui estão
Saudade dos amores que virão
Saudade de todos que amei com paixão
Que saudade!
Saudade da minha avó, do meu pai, da minha mãe
Saudade dos meus tios, saudades do meu avô
Saudades de todos que o tempo levou
A vida é assim, chegada e partida
Mas só existe saudade,
Se a vida foi bem vivida


Do livro Turbilhão de Emoções

⁠Lei da natureza humana

Nasce, é alimentado, cresce, é alimentado,
se desenvolve, é alimentado, se reproduz e é alimentado, passa o tempo, adoece e morre.

Por ventura seria isso que o leitor lê,
o processo da vida humana?
Ou o ciclo de uma paixão?

No silêncio da noite, o coração chora,
Lembranças de um amor que se foi embora.
A solidão é a companhia mais fiel,
Enquanto a saudade corta como um punhal cruel.

As lágrimas rolam, amargas como o adeus,
Ecoam no vazio, sem esperança nos olhos meus.
O amor que era tudo, agora é apenas dor,
Um sentimento perdido, sem rumo, sem calor.

Mas no peito ainda resta uma chama a queimar,
A esperança teimosa que insiste em não se apagar.
Mesmo na tristeza, há beleza em sentir,
Pois o amor verdadeiro nunca deixa de existir.

o lado ruim do amor:

O amor tem seu lado sombrio,
Que nos consome em desafio.
Promessas quebradas, corações feridos,
São marcas de amores perdidos.

A posse se confunde com o afeto,
E a liberdade se perde no afã do afeto.
Inseguranças e ciúmes a corroer,
O que era belo agora pode doer.

O amor pode nos cegar para a realidade,
E nos prender em uma falsa felicidade.
Quando a paixão se transforma em dor,
O lado ruim do amor revela seu fulgor.

Apesar das dores que o amor pode trazer,
Ainda há beleza em aprender e crescer.
No escuro, encontramos luz para seguir,
E no lado ruim do amor, força para existir.

Não existe encontro solene
Em que não se ofereçam rosas,
Diz sentimento perene
De amizades ardorosas.
Sempre tão belas nas cores...
atraentes no perfume,
Nas pétalas esplendores,
Eis o que tudo resume.
Rosa vermelha, na fé,
Lembra a chega de Jesus
Que, tocada por Tomé,
Sangue divino conduz.
Em todo o mundo pagão
A rosa é acolhida outrora
Hoje, no mundo cristão,
É sua flor deste a aurora.
Também a Virgem Maria,
Já na história patrística,
Altares e liturgia,
É chamada "Rosa Mística"

⁠A Ponte (Refeito)

Havia um guaxinim bobo
Que morava lá na mata
Era muito e bem amado
Tinha uma vida pacata.

Resolveu sair dali
Pois sempre onde passava
Não se via pertencente
Nem diversão enxergava.

Viajou pela cidade
Logo se foi a procurar
A peça que lhe faltava
Um dia terá de encontrar.

Questionou a sua escolha
Já estava a duvidar
De ter decidido errado
Ir embora do seu lar.

Chegou numa velha ponte
Tudo parecia cair
Mas teria um horizonte
Não podia desistir.

Escutou dela uma voz
Que dizia com fervor:
“Venha achar tua alegria”
Ele aceitou com louvor.

Com pressa foi pela ponte
Viu a hora de sorrir
Mas o tal não esperava
Que a ponte iria partir.

Pobre guaxinim ingênuo
Creu em palavras astutas
Assim tarde percebeu
Mentiras de pernas curtas.

De seu fim pode aprender
Algo que vivo pensando
Mais vale ter um só pássaro
Do que dois deles voando.