Fernando Pessoa Mudanca
Ser criança
Sinto falta de correr descalço em busca de magia
Sinto faltar de olhar todas as pessoas como iguais
Sinto falta de abraçar minha família
Sinto falta de chorar mesmo sentindo a pequena dor possível,
Sinto falta de olhar para o horizonte
E me imaginar como alguém especial diante do mundo,
Sinto falta de sonhar acordado comendo qualquer besteira,
Sinto falta de esquecer do futuro e viver o presente,
Sinto falta de subir na mais alta árvore
E sentir a liberdade diante da mais pura ilusão,
Sinto falta de dizer tudo que eu pensava sem medo
Sinto falta de mim, sinto falta de ser criança.
Quem Sabe
Diz a mecânica quântica
que as partículas atômicas
se comportam de um jeito
quando são observadas
e de outro quando estão sós
(como, aliás, todos nós).
E quem nos assegura
que o Universo que está aí
não é como aí está
quando ninguém está olhando?
E que quando os astrônomos
se viram do telescópio
para a prancheta
o Universo não faz uma careta?
O corpo e a mente têm biografias separadas,
cada um sua memória própria,
seu próprio jogo de charadas,
Meu corpo tem lembranças- cheiros, tiques, andanças -
que a mente não registrou
e o corpo não tem as marcasde metade do que a mente passou
(Pior que uma mente insana
num corpo sem muito assunto
é um corpo que já foi ao Nirvana
sem que a mente tenha ido junto.)
Cada um tem um passado
do qual o outro não tem pista
(como um bilhete amassado)
e nem o Mahabharataexplica
uma mente anarquista
num corpo socialdemocrata.
Compartilham bioplasmase o gosto por certas atrizes,
mas não tem os mesmos fantasmas
nem as mesmas cicatrizes.
Das duas, uma, gente:
ou toda mente é de outro corpo-
ou todo corpo mente.
Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos. E que seja doce tudo o que tiver de ser.
O preconceito e o racismo ainda existem, são evidentes em nossa sociedade. O que antes vinha estampado, hoje vive com máscaras.
O fato é que ela possuía uma graça especial, talvez o modo como se debruçava à janela, ou mesmo o jeito oblíquo de sorrir apertando os lábios, como se temesse revelar no sorriso todo o seu mundo interior.
Proibido (...) passear sentimentos desesperados de cabeça para baixo, proibido emoções cálidas, angústias fúteis, fantasias mórbidas e memórias inúteis.
Não adianta insistir na beleza de alguém que é vazio de sentimentos. Bonito mesmo é alguém que te arranca sorrisos, não suas esperanças.
Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a) mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O nunca mais de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter nunca mais quem morreu. E dói mais fundo - porque se poderia ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: never.
Ele não queria entrar noutra história, porque doía. Ele não queria entrar noutra história, porque doía. Ela tinha assumido seu destino de Mulher Totalmente Liberada Porém Profundamente Incompreendida E Aceitava A Solidão Inevitável. Ele estava absolutamente seguro de sua escolha de Homem Independente Que Não Necessita Mais Dessas Bobagens De Amor.
Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás.
Parece-me agora, tanto tempo depois, que as partidas-dolorosas, as amargas separações, as perdas-irreparáveis costumam lavrar assim o rosto dos que ficam.
Não foi por causa das nossas muitas brigas ou diferenças, foi porque desistimos de ser aquilo que sempre fomos, não querendo estragar o que já tínhamos sido sem erro algum. E se isso vai te fazer feliz, então seja. Mas não vai ser comigo.
Você é um idiota. E mesmo assim é em você que eu penso, é de você que eu gosto e é pra você que eu volto.
