Fernando Pessoa Mudanca

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Durmo mal, insônia, suores, febres. Mas não me entrego não.

Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de fruta em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e o do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você.

Ela gostava de estar com ele, ele gostava de estar com ela. Isso era tudo.

Feito febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, que todos os esforços seriam para sempre inúteis, e coisa nenhuma de alguma forma se modificaria.

O amor no fim é frágil, frágil para reagir, forte para esquecer.

Sou eu sozinha quem carrega todo esse peso nas costas, isso ninguém percebe, ninguém valoriza.

Será que as pessoas mudam de comportamento porque se sentem seguras do afeto que o outro sente?

Você me provoca, você me perturba. Joga água e sai correndo. Atira a pedra e me acerta de raspão. Me espia no escuro e mostra a língua. Me xinga. Me atiça. Invade o meu sossego. Meu refúgio. Pisa no meu ninho com os sapatos sujos. Na minha toca. Sem saber o meu tamanho, até onde vai meu bote, você me provoca achando que não há perigo.

É como um anjo que veio me dar harmonia nesses dias meio remotos, o sorriso é tão aberto, me transmite tanta paz, é como um vento forte e gostoso no rosto da gente.

Como é que eu podia saber que aquelas rosas eram carnívoras?

Sofre horrores mas continua do bem, sempre inventando histórias com final feliz.

Meu coração está ferido de amar errado.

Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir.

Não se engane comigo, é na bagunça que eu me arrumo.

Este vazio de amor todos os dias: a cabeça pesada ao meio-dia, a boca amarga, um cheiro de sono e solidão nos cabelos...

Anota aí para seu futuro: desapegar das pessoas, se importar menos, não se abalar por nada nem ninguém, correr atrás daquilo que faça seu coração vibrar, ficar perto de quem te quer bem, correr atrás dos seus sonhos, se amar mais, esquecer tudo aquilo que te faça mal. Anota aí: cair na real.

Hoje acordei pra viver, levantar e seguir em frente.

Olhando você sem dizer nada, só olhando e pensando – Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando.

Foi aí que a solidão deixou de ser involuntária para se transformar em escolha. E foi bom, está sendo bom.

Gosto de olhar as pedras e os desenhos do vento na superfície da água, gosto de sentir as modificações da luz quando o sol está desaparecendo do outro lado do rio, gosto de sentir o dia se transformando em noite e em dia outra vez, gosto de olhar as crianças brincando no corredor de entrada e das palmeiras que existem no meio da minha rua — gosto de pensar que vou sempre ter olhos para gostar dessas coisas, e por mais sozinho ou triste que eu esteja vou ter sempre esse olhar sobre as coisas.