Fernando Pessoa Ausencia
Diante do mundo, sinto-me impotente. Não por falta de capacidade, mas por ausência de parceria. Tudo que desejo é um leve aceno encorajador.
A coragem não consiste na ausência de medo e ansiedade, mas na capacidade de prosseguir mesmo quando temeroso.
Falta de amor não é frieza. Frieza é a ausência de sentimentos de afeto, compaixão, culpa, solidariedade, etc.
Falta de amor é apenas a ausência de sentimentos não cultivados durante a vida. É aquela história do "não faço questão". E a culpa é de quem? Ninguém nunca sabe olhar pra o próprio umbigo. Faz parecer que as pessoas se relacionam sozinhas e não entre si.
Vazio
O silêncio da lua?
O vazio da rua?
Para onde olho
Que tudo não seja
Ausência?
Essa noite
O pouco de mim
Cabe dentro do nada.
O que mais me machuca além da sua ausência, foi estar tão perto e ter tanto pra dizer e mesmo assim ver você partir.
Espera
Vivo por aí. Sozinha, distante, longe. E é tudo culpa dessa falta, dessa ausência se fazendo presente... Dessa saudade toda que mora em mim. Quando penso que falta pouco pra isso tudo acabar, talvez um dia ou um mês, quem sabe um ano ou bem menos, a saudade resolve acordar e brotam novamente aqueles pensamentos que me fazem querer voltar os dias, os segundos e as palavras ou nem sequer ter inventado de viver alguns momentos, mas acabo escolhendo por não regredir nem tentar nada de novo e prefiro arcar com as consequências das minhas escolhas. E a cada dia que passa é sempre a mesma batalha pra que o tempo passe correndo e que isso tudo acabe logo de uma vez, mas não acaba nunca e eu espero por esperar, pelo simples fato de aguardar por algo que não vem, como que mantendo uma esperança sempre viva. Espero, espero, espero, espero. E é tudo que faço. E parece que será tudo o que farei. Esperar é parar o tempo e eu não quero vê-lo parado: eu quero mais é que o tempo crie asas, voe e leve tudo o que puder carregar consigo. Cansei de transbordar todo o sentimento que tenho. Prefiro que levem, que roubem, que apreciem, que desgostem, que sumam com ele daqui. Se antes eu já não suportava aquela história de "toca ou não toca", agora nem sequer aguento qualquer coisa que seja morna. Definitivamente, quero que seja ou oito ou oitenta e o que estiver no meio não me serve. Preciso de alguém. Um alguém para ouvir o que tenho pra dizer, para falar o que ele quiser, pra eu tocar como se isso fosse um jeito de dizer que estou aqui e que, reciprocamente, ele me tocasse como se me correspondesse. Preciso de um daqueles amores que se tem sem se ter. Um daqueles desconhecidos, que todo mundo espera um dia encontrar. Um amor construído por nós e guardado num canto tão escondido que quase nenhum olho enxerga. Nós, eu você e ele que temos um coração e uma mente funcionando a mil quilômetros por hora, precisamos de pelo menos uma certeza em meio a tantas incertezas desse mundo louco e é por isso que tenho a necessidade de saber, ao menos, se esse sentimento existe nalgum lugar, porque preciso estar certa de que não inventei ou acreditei nele à toa. Seres humanos têm essa mania de explicação e crença. E creio eu, que um dia isso vai acabar. Um dia desses, enquanto eu estiver olhando o céu e procurando formas nas nuvens, quem sabe. Mas espero que isso acabe logo... Já cansei de brincar nesse vai-e-vem com meu coração. Meus olhos esperam, minha alma transborda e meu coração sempre estará do lado de fora. Espero. E o tempo passa.
RECOMEÇO
Um coração que já não bate como antes.
Essa ausência que faz falta em mim
Que me sufoca e me angustia
Como o sol que não nasce...
Um dia triste de inverno.
Escrevo estas linhas numa tarde fria
Que em tons de cinza se põe.
As palavras ditas me cortaram ao meio
Como o vento que bate com força
Depois vira brisa tentando me consolar...
Sentidos que me confundem, que brincam.
Borboletas voando que pairam ao meu redor.
Pensamentos que giram incessantemente
Que num mar de dor tentam me alegrar.
Lembranças que ficam e me entristecem...
Vida complicada e cheia de metáforas
Largadas numa estrofe de um poema perdido.
Vazio que me preenche e toma forma
Nas linhas rabiscadas destes versos
No esquecimento das mãos deste poeta.
XODÓ
Morena, meu chamego,
Tua ausência me tira o sossego.
Faz-me falta teu afago.
Se não voltares logo,
De saudades me afogo.
Como viver sem teu aconchego?
Às vezes o silêncio se desenha como prece. E ausência um jeito de presença. Afastar-se do perfeito é ver as coisas como elas realmente são: Imperfeições que cumprem ciclos para se transformar em algo melhor.
Ausento-me
Porque para mim já não resta mais nada!
Além da ausência
De quem não merece a minha
Companhia!
Saudade!
Mãe da ausência
Aquela que causa fortes emoções
Sentimento que não perdoa
Dona das lembranças.
Saudade, resultado da nossa vivência.
Inspiro, transpiro e expiro.
Tua ausência faz-me perceber
Todos os instantes
Aquele o qual meu coração
bate por você
Arritmia cardíaca
Pulsação anormal
Todos os sentimentos
Movem-se em meu corpo
De forma animal
Transpiração que queima
Inspiração que acende
Partiu tão rapidamente
Quanto chegaste
Saudade bate no peito
Como alguém bate a porta
Expiração que acalma
Ao vê-la no leito
olhar incessante
Olhar transpirante
Olhar delator
Olhar do meu último amor!
Dor!.
