Fernando Pessoa Ausencia
Encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca. Sofre horrores mas continua do bem, sempre inventando histórias com final feliz. Tenho medo de já ter perdido muito tempo. Tenho medo que seja cada vez mais difícil. Tenho medo de endurecer, de me fechar, de me encarapaçar dentro de uma solidão – escudo. E à noite eu ainda te espero, mesmo quando sei que você não virá, só para ter saudade.
Reduzi tanto meus sonhos, minhas fantasias, minhas esperanças. Ando espantado com o tempo. O tempo é a única coisa terrível que existe. O tempo que passa e leva de arrasto, aparentemente aleatório, a juventude nossa e dos outros. Não é amargo, é apenas real.
Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela.
... mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço...
Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei.
Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.
Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.
Vamos marcar um dia pra tomar uma cerveja e você falar mal de mim na minha frente.
Mas eu não pensava em sacanagem nenhuma. Só queria ficar perto dele. No máximo, ficar abraçado com ele. Na mesma cama. Sentindo a respiração.
Se você soubesse como ando escuro, como ando perdido, como me distanciei de mim e das coisas em que acreditava.
Que apóie nossos fatigados pés descalços ao fim de mais outras semanas de batalhas inúteis, fantasias escapistas, maus orgasmos e crediários atrasados.
Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar".
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