Faz de Mim Senhor

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E quando descobri que minha felicidade só depende de mim, me livrei de tanta coisa desnecessária.

Estou tentando te dizer de como cheguei ao neutro e ao inexpressivo de mim. Não sei se estou entendendo o que falo, estou sentindo – e receio muito o sentir, pois sentir é apenas um dos estilos de ser.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

No fundo de mim, estou eu.
No fundo de mim, estou sem fundo!

Penso em ti e dentro de mim estou completa. (...) Penso em ti, murmuro o teu nome; e não sou eu: sou feliz.

O quereres e o estares sempre afim
Do que é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitamente pessoal.

E eu querendo querer-te sem ter fim
E querendo aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim.

Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Deus.

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Vou procurar um amor bom para mim - no qual me reconheço e me reencontro, me refaço e me amplio, me exploro, me descubro.

Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino de Deus.

Cada Pedaço de Mim

Cada pedaço de mim sabe o inferno que é ser sol em noites de chuva, ser cor nos cinzas dos edifícios, ser luz na escuridão das manhãs.

Cada todo de ti sabe a delícia que é ser flor nas asas do vento, ser cristal nos olhos das fadas, ser azul no fundo do mar.

Cada suspiro de nós sabe a angústia que é ser só um na multidão dos dias, ser muito na pobreza da esquina, ser ninguém na roda da vida.

Enquanto isso os relógios se vão e veem aqueles que sabem o que é apenas ser na ausência do nada.

Patricia Pirota

Nota: Muitas vezes é atribuído erroneamente a Clarice Lispector.

Fica combinado assim: você louco por mim, eu louca até o fim.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Entre, vem correndo para mim
Meu princípio já chegou ao fim
E o que me resta agora
É o seu amor

Eu não sei, mas acho que a gente olha e pensa: “Quero pra mim”. Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.

Amei a mim, amei a ti, parti-me no meio
te amei no profundo, no raso e com atraso
não era tua hora, não era minha vez".

Quero cruzadas e martírio. O mundo é demasiado pequeno para mim. O mundo é pequeno demais. Estou cansada de tocar guitarra, fazer malha, passear, parir crianças. Os homens são pequenos e as paixões são curtas. Irritam- me as escadas, as portas, as paredes, irrita-me o dia a dia que interfere na continuidade do êxtase. Existe pois o martírio - tensão, febre, da continuidade da vida - firmamento em perpétuo movimento e brilho total. Nunca se viram estrelas empalidecer ou cair. Nunca adormecem.

Anaïs Nin
NIN, A., A Casa do Incesto, Assírio e Alvim, 1993

Agora deixo que a vida decida por mim...

E eu nem precisei perder pra saber o quanto era importante para mim ter você aqui comigo.

"Para mim há uma loucura racional aceita pela sociedade e uma loucura irracional condenada por ela."

(O futuro da Humanidade. - Página: 55)

Eu tenho medo da força absurda que eu sinto sem você, de como eu tenho muito mais certeza de mim sem você, de como eu posso ser até mais feliz sem você.

E logo vai amanhecer. Os trabalhadores vão se levantar e vão procurar por mim no estaleiro, e dirão: ele tá bêbado de novo.

Nada é mais dessemelhante a mim mesmo que eu mesmo; daí por que seria inútil tentar definir o meu caráter por qualquer outra coisa que não a variedade; a mutabilidade é uma parte integrante de minha mente de um modo tal que minhas crenças se alteram de um momento para outro: algumas vezes sou um sombrio misantropo, em outras me sinto intensamente feliz em meio aos encantos da sociedade e aos prazeres do amor. Há momentos em que sou austero e piedoso[...], então subitamente me torno um franco libertino. [...] Em suma, um protéico, um camaleão e uma mulher são todos criaturas menos mutáveis que eu.