Faz de Conta Qu eu Acredito
Eu te deixei no ponto mais longe para que eu não pudesse tocar quando sentisse frio. Retoquei a minha máscara de ferro com maquiagem azul e fui dançar com o vento na esperança de que ele me levasse para os lugares mais quentes, para onde minha memória repousasse como uma gota de chuva em uma folha. Era inútil imaginar uma vida sem você, sem as coisas que você me trazia, o cheiro de rosa do seu sorriso no fim da tarde, toda a sua ingenuidade ao dizer que não sabia mais o que sentia por nós.
Acredite, não há como separar estrelas do céu, algas do mar, eu sempre lhe disse isso. Você sempre querendo dividir nossa vida em meses, em dias, horas. Eu só queria ali, agora, sempre, você não sabe como é viver de urgências, de instantes, é uma delícia, meu bem, e você não aprendeu.
Sabe, vou aprender com você a fazer planos, você foi sempre mais feliz com eles que eu com meu 'instantismo'. Você foi fiel a eles até eu dizer que não iria mais brincar de realizar seus sonhos, que não, eu não seria sua fábrica de futuro.
Você acha mesmo que alguém pode te amar tão profundamente como eu te amei ? Acha que alguém faria tudo o que eu fiz por você um dia ? Não , ninguém seria louco como eu .
Eu tenho esse meu jeito louco de ser , de viver a vida . Mais é o meu jeito ! Quem é você pra me dizer o que fazer?
O meu amor (2)
O amor que eu tenho é puro, é único
único como a pureza, puro como o amor
tenho o amor dos nobres, nobres na alma...
vagabundos no amor...alma dos solitários
Canto de dor - sofrimento e lágrima,
Instinto ateu
Nó na garganta, amor impuro,
Impuro como eu.
Eu vi os lados dos lagos indispostos,causando toda a embriagues. Tornando-se vivente luz do meus olhos,encontrando-se passes incertos e inconcretos. Ardendo em mim. Vivendo em mim,a paz em mim,a luz em mim,a vida em mim.
Eu procuro pessoas, respostas erradas. Solitária em meu mundo, eu vejo a distância que me existe, e vivo essa alegria!
Eu poderia ter escutado melhor o silêncio enquanto você passava e calava sob mim. Poderia ter repousado sim, mais vezes, os meus dedos nos teus olhos. Ter dado dois passos e encostado meu ombro no teu choro. Eu poderia. Poderia ter virado o lado do rosto, acolhido a sua dúvida, alongado a noite. Poderia e iria entender o teu mundo até quando houvesse um nós brindando possibilidades.
Eu poderia ter levado o meu meio com a gente até o fim. Ter sido só começo, ali, na orla do seu amanhã que ainda tem a mesma cara de hoje e de sempre. Dosado as palavras, adoçado a poesia ao teu modo e encanto, eu poderia. Ter olhado no momento certo em que você também olhava pra si. Ter sentado, esperado, amanhecido. Ter cantado a minha vontade novamente mesmo depois de ter esquecido a letra.
E não sei se você entende, se você sente que eu ando complicando demais minhas escolhas, que de tão inusitadas e bobas, me fazem de qualquer coisa. Então acabo leve. Breve. E carrego no rosto um sorriso quase derradeiro. Deixando passar, duro só o bastante. E aquele instante que poderia ter parado ali pra todo mundo ver, fica atrás de mim, longe de tudo.
Acho que é por isso que alguns encontros vivem partindo. É que às vezes custa muito agarrar um caminho no colo e decorar todos os tetos de sonhos quando o agora não tem a intenção de morar.
Eu já me cansei de ouvir que um dia tudo isso vai mudar, me cansei de criar expectativas sobre pessoas insignificantes, me cansei de amar e não ser correspondido, cansei de tentarem tirar a minha liberdade. Mas só confirmo uma coisa, pra eu estar tomando certas decisões, eu tenho as minhas razões.
O homem do interior
É seu doutô, la no meu sertão é anssim,
No cantá do galo eu abria o zoi,
A lui do candinheiro, inquanto a mué cuava o café e barria o terrero,
Eu la ia pú curá, atava a vaquinha tadinha tom magrinha, dava dó inté de oiá,
A primeira caneca de leite, num derramava do tacho, bebia, dexava descer guela a baixo.
NADA A DIZER
Quando me pergunto o que acho da vida
Eu respondo: sei muito pouco, ou nada
Porque o que eu acho da vida
É o que acho nela
E no tempo que ela me toma como seu
Eu pouco acumulei ou achei de meu
Por mim eu daria outra resposta
Mais entusiasmado, diria:
Acho que ela é como uma manhã
Que às vezes nos desanima a chegar a tarde
Que ela tem seu próprio controle
E o manipula como quer.
Desse-me ela o mágico aparelho
E não impusesse condições para o seu uso
Eu diria: espera aí que eu te digo já.
Apertaria o botão propícia
E falaria, boa em todo o seu andamento
Uma previsão feita
Como por quem tem o controle dos dias
Se alguém me sondasse:
Como anda a vida
Eu lhe diria: Os dias andam como querem
E a vida lhes segue no mesmo tempo.
" Quando me perguntam o que acho da vida eu respondo: sei muito pouco, ou nada, porque o que eu acho da vida é o que acho nela "
*Se alguém me perguntasse como anda a vida? eu lhe diria: Os dias andam como querem e a vida lhes segue no mesmo tempo *.