Fase Ruim Fase Boa Fernando Pessoa

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Não chegaram a usar palavras como especial, diferente ou qualquer outra assim. Apesar de, sem efusões, terem se reconhecido no primeiro segundo do primeiro minuto. Acontece porém que não tinham preparo algum para dar nome às emoções, nem mesmo para tentar entendê-las.

– Você não passa de um substantivo feminino — disse, e quase sem sentir acrescentou – ... mas eu te amo tanto, tanto.

Encho a cara sozinha aos sábados esperando o telefone tocar, e nunca toca. Sofre horrores mas continua do bem, sempre inventando histórias com final feliz. Tenho medo de já ter perdido muito tempo. Tenho medo que seja cada vez mais difícil. Tenho medo de endurecer, de me fechar, de me encarapaçar dentro de uma solidão – escudo. E à noite eu ainda te espero, mesmo quando sei que você não virá, só para ter saudade.

As coisas sempre prestes a serem apanhadas. E você eternamente prestes a apanhá-las. Como uma sina. Sempre prestes.

Vontade de ter um pensamento bem profundo, desses que fazem a gente se surpreender que tenham saído da nossa cabeça mesmo, naquela modéstia que só se tem quando se está distraído, desses pensamentos que nas revistas em quadrinhos aparecem em forma de lâmpada sobre a cabeça do cara.

Esse é só um dos sintomas, ficar muito tempo deitado. Tem outros, físicos. Uma fraqueza por dentro, assim feito dor nos ossos, principalmente nas pernas, na altura dos joelhos. Outro sintoma é uma coisa que chamo de pálpebras ardentes: fecho os olhos e é como se houvesse duas brasas no lugar das pálpebras. Há também essa dor que sobe do olho esquerdo pela fronte, pega um pedaço da testa, em cima da sobrancelha, depois se estende pela cabeça toda e vai se desfazendo aos poucos enquanto caminha em direção ao pescoço. E um nojo constante na boca do estômago, isso eu também tenho. Não tomo nada: nenhum remédio. Não adianta, sei que essa doença não é do corpo.

Divida essa sua juventude estúpida com a gatinha ali do lado, meu bem. Eu vou embora sozinha. Eu tenho um sonho, eu tenho um destino, e se bater o carro e arrebentar a cara toda saindo daqui, continua tudo certo. Fora da roda, montada na minha loucura.

E quando escutar um samba-canção.
Assim como: "Eu preciso aprender a ser só".
Reagir e ouvir o coração responder:
"Eu preciso aprender a só ser."

Algumas coisas voltam, outras não. E a única lição que eu tiro disso tudo é que tudo teve seu motivo, para ter sido dessa maneira.

A verdade é que te quero tanto, mas tenho medo de ser recíproco.

Ando tropeçando em absurdos. Em desassossegos também.

De vez em quando é necessário a gente se perguntar se dentro de nós é um bom lugar para se viver. Tenho me perguntado isso… e a resposta é sim, sou um bom lugar.

Eu tenho uma psicologia muito frágil – simplesmente não quero me envolver em estorinhas sujas como essa. É doloroso ver o carreirismo, a falta de escrúpulos e o mau-caratismo de gente que eu, ingênuamente, supunha “amigos”.

Saudade daquilo que fui, sei que não sou mais, e nunca mais voltarei a ser.

Reduzi tanto meus sonhos, minhas fantasias, minhas esperanças. Ando espantado com o tempo. O tempo é a única coisa terrível que existe. O tempo que passa e leva de arrasto, aparentemente aleatório, a juventude nossa e dos outros. Não é amargo, é apenas real.

Está certo que o sonho acabou, mas também não precisa virar pesadelo, não é?

Preciso de um tempo, preciso me reencontrar em novos caminhos e preciso disso agora.

Ficar perto, abraçar de vez em quando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca, amar não serve pra mim. Prefiro assim!

Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela.

Naturalmente a saia é justa, mas como a fé é larga, fica tudo equilibrado. Coloco nas mãos de Deus.