Fase Ruim Fase Boa Fernando Pessoa
Todo mundo tem dentro de si um fragmento de boas notícias. A boa notícia é que você não sabe quão extraordinário você pode ser! O quanto você pode amar! O que você pode executar! E qual é o seu potencial!
O sofrimento, entretanto, é necessário para a formação do homem; todo homem de boa compleição deve trilhar esse caminho:
"Essas dores podem ser bastante penosas: mas sem dores não é possível tornar-se guia e educador da humanidade; e coitado daquele que quisesse sê-lo e não tivesse essa pura consciência!"
(Humano, Demasiado Humano)
Por fim, o gênio que sobrevive ao sofrimento que lhe cria e lhe acompanha acaba superando as noções de "bom" e "mau", e a moral existirá apenas como um vestígio de uma cultura inferior:
"Enfim, quando a tábua de sua alma estiver totalmente coberta de esperiências, ele não desprezará nem odiará a existência e tampouco e amará mas estará acima dela ora com o olhar da alegria, ora com o da tristeza, e tal como a natureza terá uma disposição ora estival, ora outonal. (...)
Quando o seu olhar tiver se tornado forte o bastante para ver o fundo, na escura fonte de seu ser e de seus conhecimentos, talvez também se tornem visíveis para você, no espelho dele, as distantes constelações das culturas vindouras."
(Humano, Demasiado Humano)
O que nos torna imediatamente felizes é a alegria do pensamento, pois essa boa qualidade se recompensa logo, por si mesma.
Quando você vir uma mulher caminhando feliz, com a pele boa, sorridente, leve, plena. Pode ter certeza: ela NÃO está apaixonada.
Não me importaria de morrer num avião. Seria uma boa forma de ir. Não quero morrer dormindo, ou de idade ou de overdose. Quero sentir como é. Quero saborear, ouvir, sentir o cheiro disso. A morte só vai acontecer uma vez; não quero perdê-la.
Eu sou boa, mas não um anjo. Tenho pecados, mas eu não sou o diabo. Sou bonita, mas não bela. Tenho amigos, mas eu não sou uma pacificadora. Sou apenas uma garotinha em um grande mundo tentando encontrar alguém para amar.
DA BOA E DA MÁ FORTUNA
É sem razão, e é sem merecimento,
Que a gente a sorte maldiz:
Quanto a mim, sempre odiei o sofrimento,
Mas nunca soube ser feliz...
Tanta gente bandida vivendo feito rei, e tanta gente boa crucificada quando quer fazer o bem e consertar o mal.
Não é por julgarmos uma coisa boa que nos esforçamos por ela, que a queremos, que a apetecemos, que a desejamos, mas, ao contrário, é por nos esforçarmos por ela, por querê-la, por apetecê-la, por desejá-la, que a julgamos boa
Mas chega uma hora na vida que a gente tem que parar de ser boa com os outros e ser boa – primeiramente - com a gente. Fiquei amarga? Não mesmo. Agora eu sou prática. Vacilou? A porta está aberta, meu bem. Sem dó nem piedade. Me desculpem, então, os que larguei à deriva. Salve-se quem puder! (Não é esse o clima?).
Não gosto que me peçam para ser boa, não me peçam nada, mesmo aquilo que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem de mim com hora marcada e por um motivo concreto, precisem de mim a todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me percebam, sem que me avaliem.
A vida é boa.
…Sou boa sou má, sou verdadeira sou desonesta, sou lúcida sou louca, cresço ou permaneço, amo ou abandono, ajudo ou torturo - e assim,com o leque das possibilidades, me foi dado o tormento das opções…