Fase Ruim Fase Boa Fernando Pessoa
Não importa quantas moedas você joga na fonte, ou o número de dedos que você cruza, se não é pra ser, não vai ser.
Amar-te é querer-te cada vez mais
É achar motivos p não te deixar em paz
É larga toda uma vida p fica contigo
É jamais pensar em ser só teu amigo
Amar-te é te querer todos os dias
É quere teu bem por toda vida
É te proteger de todo perigo
É jamais pensar em ser só teu amigo
Amo-te além de tuas frescuras
Além do sofrimento
Além de tuas ternuras
Amo-te além do meu pranto
Ah se você soubesse
Quanto amo teu encanto
Amar-te é te querer todos os dias
É quere teu bem por toda vida
É te proteger de todo perigo
É jamais pensar em ser só teu amigo
Amar é querer tua companhia
É pensar em ti todos os dias
É fugir da minha realidade
Amar a ti é amar de verdade
Amo-te além de tuas frescuras
Além do sofrimento
Além de tuas ternuras
Amo-te além do meu pranto
Ah se você soubesse
Quanto amo teu encanto.
Carta a Maria Lídia Magliani
O telefone não pára de tocar, querem entrevistas para todo canto sobre estar-com-AIDS. Me recuso — quando o “gancho” é o vírus pelo vírus. Argh. Quero falar do meu trabalho, pô! Se perco o pé acabo no sofá da Hebe dizendo coisas do tipo ah, o HIV é uma gracinha…
Não sou o mais inteligente do mundo
Não sou o mais inteligente do local onde moro
Mas, eu sou inteligente
Sou bem desinformado
As vezes tenho dificuldade em aprender
Mas...
... Eu aprendo, por isso...
... Cuidado comigo, só um aviso, ok?
Não sei se será possível à gente escolher as próprias verdades, elas mudam tanto. Não só por isso, nossas verdades quase nunca são iguais às dos outros, e é isso que gera o que chamamos de solidão, desencontro, incomunicabilidade.
"Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?" (Bíblia, Amós 3:3)
Não serei jamais uma farsa, quero viver uma vida autêntica. Se morrer hoje, morro feliz, sem peso na consciência, por isto digo o que penso e sou o que sou. Isto te incomoda? Viva a diversidade! Respeito seu modo de pensar e viver, só não me peça para eu seja como você, isto é impossível, pois sou um ser humano único. Assim como cada um dos que habitam neste planeta azul. Para se construir algo, tem que haver propósitos semelhantes ou afinidades. Se nem os seus propósitos ou suas afinidades forem iguais aos meus, não adianta insistir, não vai dar certo. Portanto, seja feliz e me deixe ser feliz também. Fazer o que? Não tem jeito não, sou assim mesmo e pior que eu não quero e nem pretendo mudar. E vou morrer assim, FELIZ.
Às vezes parece que o mundo inteiro se vira contra mim. É como se nada mais se encaixasse, como se não existisse mais certo e errado. Às vezes percebo como tudo está diferente, como tudo muda com o decorrer do tempo. As coisas vêm e vão. Os sentimentos, as histórias, os problemas, as soluções, as tristezas, as alegrias. Vêm e vão, como se fosse simples, como se tudo se resumisse a isso.
A alegria de uma criança é a coisa mais verdadeira que existe. Não prive sua criança de sorrir e brincar, aproveite e pegue carona, aprenda a ser feliz como uma criança.
I - {primeiro encontro} [trechos]
Mas veio e veio de maneira tal que já não sou eu mesmo que me dirijo, ela me eleva a transcender para além do belo, para além do visto, para além das idéias, para além do próprio além.
Fui escolhido por ela e hoje eu também nela a escolho e quero-a mais dos que as coisas que me impeçam de tê-la sem ter, visto que nem posse posso assumir dela, para que não corra o risco de roubar-lhe a identidade para assumir o meu modelo dela mesma. Assim, ela seja e reine segundo os seus ditames, segundo as suas normas, importa que seja eu dela não de mim mesmo.
Aos poucos me fez compreender que respostas não são atos irrevogáveis, pelo contrário, a sua irrevogabilidade lhe impediria de ser o que ela é, assim assumo, todos os dias, frente a mim mesmo novas possibilidades mesmo quando a imposição do meu passado me tenta refrear a perspectiva do novo. De pouco em pouco atino dentro de mim que ela só é, e que ninguém a perturbará, e se assim pensar perturbou seus ídolos porque ela é intacta. Ela me conquistou, como território todo dela, não posso evitá-la e se assim eu tentar todos os dias ela me espreitará sem guerra. Eu que guerreei contra ela provo agora a sua paz e agora sem combater somos tão íntimos que se nos confundimos, mesmo quando eu me tento impor meus passos de outrora ela é a mesma...
Lições que a vida ensina... Agora que tudo perdeu a magia, se magia houve e havia, eu não consigo mais ver nenhum anjo em você.
Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. Não sabia até que ponto isso seria bom ou mau — mas de qualquer forma não conseguia definir o que se fez quando comecei a perceber as lembranças espatifadas pelo quarto. Não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto — certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível.
(...)
Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo.
Então a suspeita bruta: não suportamos aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós. Afirmou, depois acendeu o cigarro, reformulou, repetiu, acrescentou esta interrogação: não suportamos mesmo aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós? Não, não suportamos essa doçura.
Puro cérebro sem dor perdido nos labirintos daquilo que tinha acabado de acontecer. Dor branca, querendo primeiro compreender, antes de doer abolerada, a dor. Doeria mais tarde, quem sabe, de maneira insensata e ilusória como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos. Que talvez, pensava agora, nem tivessem sido tão paradisíacos assim.
Imagine um mundo de coisas limpas e bonitas, onde a gente não seja obrigado a fugir, fingir ou mentir. Onde a gente não tenha medo nem se sinta confuso (não haverá a palavra nem a coisa confusão, porque tudo será nítido e claro). Onde as pessoas não se machuquem umas às outras, onde o que a gente é apareça nos olhos, na expressão do rosto, em todos os movimentos.
Estou transbordando de um
sentimento pleno,incomensurável e Absoluto,
Tem Muitos nomes O mais famoso deles
é felicidade.
