Falecimento
"O luto começou antes da morte. Começou ali, no silêncio, enquanto ela deixava ir tudo o que a vida estava arrancando."
A alma não tem certeza do que virá, nem traça planos para o amanhã; a morte não a abala, nem antes, nem depois.
Morte
Os velhos não se preocupam com a morte;
sabem que o momento é o que importa.
Os velhos se escondem da morte,
como uma criança brincando atrás da casa…
CZERWINSKIN,Marcos.Morte.In:CZERWINSKIN, Marcos. Entre nuvens de
algodão. Porto Alegre: Besorah Brasil, 2015. p. 16.
Existem pessoas que carregam tamanha luz, compaixão e propósito, que até a morte precisa esperar. São corações que curam com palavras, mãos que semeiam esperança, vidas que refletem o caráter de Cristo.
Pessoas assim não vivem para si, mas vivem para abençoar. São como árvores plantadas junto ao ribeiro, que dão fruto no tempo certo , e às vezes, até fora de tempo, porque são regadas pelo céu.
A morte pode tentar encerrar histórias,
Mas o Autor da vida sempre escreve um novo capítulo.
Ela pode parecer um ponto final,
Mas para os que estão em Cristo, é apenas uma vírgula de passagem para a eternidade.
"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá."
João 11:25
Não temas. Se tua esperança está no Cordeiro,
A morte não é derrota,
É porta de glória.
A cruz não foi apenas um instrumento de morte, mas o lugar de máxima humilhação. No mundo romano, morrer crucificado era ser colocado como um espetáculo de vergonha, despido, exposto, rejeitado e amaldiçoado diante da sociedade. A crucificação não buscava apenas tirar a vida, mas também destruir a honra da pessoa.
Frase I
Poder de vida e morte
Muitos são os inimigos —
mas há um de perigo imenso:
ele se esconde na caverna dos dentes.
“A morte, embora antítese da vida, jamais será nossa inimiga. Fiel guardiã do tempo, observa-nos com cautela e nos acolhe em seus braços quando findamos a jornada.”
As cinzas transformaram
de maneira pressentida
o céu no lago parado da morte,
não sei mais a diferença
quando faz Sol ou chove.
Os meus sentidos andam
endurecidos e me pego
a cada dia gostando
menos de tudo o quê
estou testemunhando.
Perdi as contas de quantas
vezes mastiguei e engoli
a minha própria língua
por tomar noção que
muita coisa virou cinza.
Ler as notícias e insistir
em olhar para o céu
continua sendo um engano,
o Apocalipse está
dominando os pulmões.
Só sei que choro por dentro
e os pássaros cantam
de desespero antes
mesmo do Sol raiar
e não sei mais e como falar.
Pelos filhos separados de seus pais — pelas Agendas, pela Morte ou pela Rejeição — rezemos ao Senhor!
Embora a morte que deixa quase todos impactados seja só a morte física — muitos depressivos vivem à exaustão, de tanto morrer a prestação.
Embora a morte que deixa quase todos impactados seja só a morte física — muitas pessoas depressivas vivem à exaustão…
De tanto morrer a prestação.
Vitimando corpos que seguem em movimento enquanto o espírito já se despede em parcelas invisíveis, abatidos por uma dor que o mundo insiste em não querer contabilizar.
A depressão é, talvez, a forma mais lenta, silenciosa e medonha de luto: o indivíduo se despede de si mesmo gradualmente, sem flores, sem velório, sem alardes…
E o mais triste é que, ao contrário da morte física, essa não desperta o mínimo de compaixão — desperta julgamentos.
Às vezes, é muito mais fácil ver só fraqueza e frescura onde só há cansaço mental, e desleixo onde só há desespero, do que praticar a empatia.
Talvez um dia, quando entendermos que o sofrimento do outro também tem voz, ouçamos os que morrem devagar, antes que seja tarde demais.
Nas áreas dominadas pelo Crime Organizado existe “pena de morte”; nas dominadas pelo Crime Desorganizado não existe “pena nenhuma”.
O mais inquietante dessa medonha constatação é que ela não exagera — apenas aponta, com precisão incômoda, o espaço que o Estado abandonou.
E, quando o Estado se omite, outro poder ocupa o espaço.
Um poder que não precisa de aprovação, debate, transparência ou legitimidade; só precisa que suas ordens sejam rigorosamente obedecidas.
Ali, quem cria a regra é o mesmo que julga, executa e pune.
E quando o legislador é também juiz e carrasco, não existe o medo de falhar, porque a falha fica sob o controle de quem dita o resultado.
No outro extremo está o Crime Desorganizado — o nome mais-que-perfeito para essa máquina estatal que teme até a própria sombra.
Parlamentares que deveriam reformar leis retrógradas hesitam não por prudência, mas por autopreservação.
Eles sabem que modernizar o sistema jurídico pode acabar tocando exatamente aqueles que o administram.
Eles têm medo não de criarem uma lei ruim, mas de criarem uma lei boa demais — uma lei que funcione, que alcance todos, inclusive eles.
E assim o ciclo se repete: onde deveria haver coragem institucional, há covardia política; onde deveria haver reforma, há adiamento; onde deveria haver liderança, há cálculo.
Nesse vazio interminável de responsabilidades, o caos se instala como desculpa, o improviso vira método e a omissão se disfarça de prudência.
Talvez o maior escândalo não seja o que o crime faz — mas o que o Estado deixa de fazer.
E o crime jamais se sustentaria sem a ajuda de parte do povo, sem a força ou a conivência do Estado e seu Braço Armado.
Ultimamente tenho pensado mais na morte do que em mim mesmo. A dor tem se tornado constante e profunda, está muito difícil de aguentar, muito mesmo!
