Falas do Texto a Caixa de Pandora
As vezes é preciso fechar o livro. Não se trata de apenas virar uma página. A história já acabou e por mais que tenha sido uma linda história. Ela vai ficar lá. Num lugar mágico e especial. Nossa memória.
Não dá para ficar voltando algumas páginas para dar a impressão que não acabou. Sentir o gostinho. Aceite. Foi bom, mas se foi.
Com esta compreensão teremos que começar um novo livro. Um que o final esteja longe de chegar e com as páginas em branco para que possamos escrever da forma que quisermos.
E no final se não tiver sido do jeito que queríamos. E daí? Escreva outra história. Quantas forem preciso. Afinal é a sua história.
Na alvorada, ao sol nascente, eu medito,
Sobre o amor, que outrora florescia tão bonito,
Mas agora, envolto em sombras, desfeito,
Por uma traição, que no peito, ferido, foi feito.
Gravada em segredo, a nossa voz, lamenta,
Um vínculo outrora forte, agora se arrebenta,
Onde outrora havia confiança e afeto,
Resta agora o vazio, o lamento, o desafeto.
Oh, como as rosas murcham em meu jardim,
E o canto dos pássaros soa triste, sem fim,
Pois a traição obscureceu o céu azul,
E o amor, que outrora brilhava, agora é nulo.
Por isso, ergo-me em meio à escuridão,
Com lágrimas nos olhos, e no coração,
Decido, nesta aurora melancólica e fria,
Encerrar esta história, que um dia foi minha.
Leve consigo as lembranças, os vestígios do que foi,
Pois não há mais lugar para nós dois, aqui, sob este céu,
Que seja livre, que siga seu caminho sem mim,
Pois neste adeus, encontro a paz, enfim.
No exato momento em que a vi
Fui flechado por um querubim
Instantaneamente, eu revivi
Agora vivo um amor sem fim
Antigamente vivia em agonia
A minha alma era carente
O amor era uma fantasia
Mas agora é chama ardente
Bom é ter sua companhia
Que me enche de alegria
E me faz sonhar novamente
Com intrepidez e ousadia
Contigo serei uma família
E vou te amar eternamente
Na quietude noturna, as palavras fluem como melodias suaves entre dois corações distantes, mas eternamente ligados pelo olhar. A tela fria do celular se ilumina com frases carregadas de um sentimento puro, intenso, relembrando-me de um tempo em que cada encontro com teus olhos era um renascimento, uma promessa de eternidade capturada num único momento.
Tu não sabes, talvez, o poder inebriante que teu olhar possui sobre mim. É uma força que desafia o tempo e a distância, um poder que me faz sentir vivo novamente, vibrante, como se meu coração, adormecido pela rotina e o afastamento, despertasse ao menor sinal do brilho dos teus olhos.
Ah, se eu pudesse viver sob esse olhar todos os dias, não haveria amargura capaz de tocar este coração que, mesmo partido, bate mais forte ao pensar em ti. E agora, mesmo distantes, sinto como se cada palavra que trocamos fosse um passo em direção ao outro, um caminho trilhado em palavras que tentam, desesperadamente, conectar nossas almas novamente.
Essa loucura, esse desatino que me consome, tem raízes no profundo do teu olhar, que mesmo através de um simples reflexo no espelho, tem o poder de alterar todo o meu ser. Como desejo, então, que um dia, não muito distante, nossos olhares se encontrem novamente e nada mais irá importar, pois estaremos juntos, finalmente, sem barreiras ou sombras do passado. Nesse momento, será apenas você e eu, e um amor que se recusa a ser esquecido, perpetuando-se além do tempo e do espaço.
Às vezes, em momentos de quietude, sinto como se um fio delicado e invisível me puxasse em direção a um destino que ainda não consigo ver claramente, mas que sei que é verdadeiramente significativo. É como se houvesse um elo sutil, tecido não de fios, mas de memórias e promessas, que me liga a você. Mesmo separados pela distância e pelo tempo, esse fio nos mantém unidos, uma doce lembrança de que, não importa onde estejamos, fazemos parte de uma mesma trama.
Sinto saudades, não apenas das palavras e risos compartilhados, mas também da tranquila certeza de estar ao seu lado. Há um desejo persistente, um anseio que o tempo não consegue apagar, de encontrar novamente o calor da sua presença, de entrelaçar novamente nossas vidas de forma que só a verdadeira conexão permite. Essa esperança, alimentada pelo fio vermelho do destino, é o que me guia através dos dias de espera.
Creio firmemente que, como as almas predestinadas das histórias antigas, nosso reencontro está traçado nas estrelas. Esse fio, que nem a distância, nem as adversidades conseguem romper, me faz crer que cada momento que passamos separados é apenas um prelúdio para o alegre capítulo que ainda vamos escrever juntos. Com isso no coração, aguardo nosso próximo encontro, confiante de que ele trará de volta a alegria plena que só a sua companhia pode oferecer.
Em 05 de agosto de 2021, sob o véu surpreendente do destino, o grande amor da minha vida deu seu primeiro suspiro. Esse bebê, tão ardentemente esperado e desejado, travou batalhas desde a concepção até o nascimento, mostrando uma força imensa para trilhar seu próprio caminho neste mundo.
Doce como o amanhecer, alegre como uma melodia suave, inteligente como as primeiras luzes do entendimento, engraçado como o brincar dos ventos, e repleto de felicidade… esse é o meu menino, a criança que transformou minha existência, dando-me a graça de um renascimento.
Neste Dia das Mães, celebro o milagre que é a maternidade, refletido nos olhos brilhantes do meu filho, que todos os dias me ensina o verdadeiro significado do amor incondicional.
Às vezes, uma voz tem o poder de transformar nosso interior de maneiras que palavras mal conseguem descrever. Ouço sua voz e é como se um novo universo se abrisse dentro de mim, onde a alegria não apenas visita, mas decide fazer moradia permanente. Essa sensação se torna uma tatuagem sob minha pele: indelével e profundamente pessoal.
Cada nota, cada sussurro parece pintar cores novas em minha alma, cores que talvez eu nem soubesse que existiam... E em cada momento de silêncio, essa tatuagem vibra com a promessa de mais risos, mais canções, mais vida.
Neste mundo barulhento, onde tantas vozes ecoam, encontrei uma que me faz parar, ouvir e simplesmente sentir... às vezes, gritar para se calar! Que sorte a minha, ter tais tesouros que ressoam tão verdadeiramente dentro de mim.
Enquanto o mundo ao redor parece girar em uma velocidade vertiginosa, eu me agarro à certeza de um sentimento que desafia as estações, as tempestades e o ruído incessante das dúvidas alheias. Em meu peito, um amor ressoa com a força de uma melodia inquebrantável; ele se ergue acima dos sussurros e das críticas, protegido e imaculado.
Sinto, em cada batida do meu coração, a promessa de que tudo ficará bem. Porque mesmo quando a chuva cai pesada, transformando o dia em um véu cinzento de incertezas, há uma luz que permanece... é o amor que compartilhamos. Esse amor é o meu farol, a certeza que me guia através das tormentas da vida. Ele me diz que não há nada lá fora capaz de mudar o que carrego aqui dentro.
Às vezes, as pessoas falam. Elas questionam e duvidam, talvez refletindo suas próprias inseguranças e medos. Mas eu aprendi que as vozes externas não podem tocar a verdade que vive entre nós dois. Nenhuma palavra, nenhum olhar de desaprovação, nada é forte o suficiente para se interpor entre o que sentimos. Esse entendimento me envolve com uma força quase palpável e, com cada dia que passa, esse amor se aprofunda, se fortalece, desafiando o tempo e o espaço.
Em momentos de solidão ou desafio, lembro-me de que não estou sozinho. Você está comigo, em espírito e coração, através dos dias e noites, em cada passo incerto ou sorriso compartilhado. Essa conexão que temos é rara, preciosa... algo pelo qual muitos procuram a vida inteira.
E assim, com você, sinto-me completo, seguro no conhecimento de que, independentemente do que venha, nós enfrentaremos juntos. Não há ninguém, nada, capaz de me fazer duvidar desse sentimento. No fundo, eu sei... tudo vai ficar bem. Porque o que temos é imutável, tão certo quanto o amanhecer que segue a noite mais escura.
Portanto, enquanto eu viver, carregarei essa certeza como um estandarte, uma declaração de amor e desafio contra qualquer tempestade. Porque no final, não importa o que digam ou façam, eles não podem tocar o que sinto por você. E isso é tudo o que importa.
Neste dia de luz e alegria, uma homenagem com amor e poesia, A mãe que nos guia, com doçura e valentia, És a estrela que brilha, nossa eterna melodia.
No teu colo, encontramos abrigo, Nas tuas palavras, sabedoria e abrigo, Mãe, és o sol que aquece nosso abrigo, Com ternura e força, enfrentas cada perigo.
Teu amor é um laço que nunca se desfaz, És a razão de nosso sorriso e paz, Mãe, és a flor que desabrocha na primavera, Feliz Dia das Mães
A ausência de minha mãe, que já se estende por quase dois anos, é como uma sombra que se projeta sobre minha realidade. Às vezes, é como se estivesse preso em um sonho, onde sua presença é tão vívida que mal consigo distinguir entre o mundo dos sonhos e o despertar. Mas então a dura realidade se impõe, e percebo que é na efemeridade da vida que residem nossos mais profundos enigmas.
Neste Dia das Mães, enquanto as redes sociais ecoam homenagens e memórias amorosas, encontro-me mergulhado em um oceano de lembranças e saudades. Para mim, este dia é como uma ilha solitária, onde a única companhia é a lembrança do amor materno que um dia aqueceu meu coração.
Mas mesmo na escuridão da perda, encontro consolo na certeza de que a vida é apenas uma etapa passageira, um sonho fugaz que em breve dará lugar à verdadeira realidade. Um despertar final, onde espero reencontrar minha mãe, abraçando-a como se o tempo nunca tivesse passado. Até então, resta-me navegar pelos mares da existência, carregando comigo as memórias preciosas que ela deixou para trás, até o momento em que finalmente alcançarei a margem do eterno despertar.
E chega uma hora que alguém te cobra uma postura mais firme sobre algo que você não vê como uma obrigação. Isso é como colocar alguém contra uma parede e estar segurando uma espada afiada pela frente já encostando na pele...
Sinto até a respiração ofegante a espera do próximo movimento. Não posso ir para trás. Mas se for para frente posso me ferir. Então quem sabe eu fique no mesmo lugar e espere que a outra pessoa decida recuar um pouco. Deixar a respiração retomar o seu ritmo, sem pressa. Como as batidas do coração devem ser nossos dias. Uma de cada vez.
O BÊBADO E A EQUILIBRISTA
De João Batista do Lago
(Para meu irmão Júlio César, in memoriam)
E lá se vai ele!
Equilibrando-se sobre a corda-vida
segue o bêbado trançando dores,
cerzindo rancores póstumos,
cosendo seu livro de dissabores…
Vê-se de cá, de bem longe,
um zumbi errante
e todos seus vagabundos amores
fazendo-lhe procissão e coro
às suas preces de socorro:
― “a corda-vida não te sustentará
o equilíbrio de que necessitas.
Há um abismo entre teus polos:
abaixo de ti apenas a cova
tua, deitará esquecida a ossatura
da carne antes corroída pelo
colírio de pó de antimônio.”
Hoje não mais cerzes
nem dores… nem dissabores…
E nem mesmo sabe-se do teu equilíbrio,
e nem mesmo sabe-se da corda-vida.
“És apenas lembrança
― lembrança pela vida bebida.
Hoje és, apenas, arcanjo.”
Ser
Uma sincera compreensão por tudo o que possa vir causar aborrecimento, pode amenizar a angústia e a desilusão do não poder dar uma solução... basta você saber SER, saber sentir, saber entrar e saber a hora de sair. Calar, quando o mundo estiver gritando, e falar somente quando não mais estiver aguentando a pressão, é preciso compreender o que está ao a redor, é preciso aprender a ser um ser, só.
Separadamente
É chegada a sua vez, seja feliz, agora a minha vez, tentarei ser, tempo de viver o que nos resta... que haja também, tempo para respeitarmos todos os horizontes e nossos limites mutamente... embora as nossas vidas, sigam juntas, mas separadamente, com os nossos medos, com as nossas tímidas vontades de reaprender à voar, as nossas almas à nos conduzir pelos caminhos da poesia, fazem a festa, indefinidamente.
Amor platônico
Terreno abandonado,
espaço baldio.
Dia amanhecido
casa abandonada
alma desolada.
Amar sozinho,
coração estarrecido.
Telhado cantante
amor de ilusão, paixão
de estudante.
Passarinhos soltos,
lua nova, deslumbrante.
A solidão aumentando
a paz vai acabando...
Olhos tristes, repletos
de sonhos vazios.
Desejos perdidos,
largados num terreno
da alma,
totalmente esquecidos.
SILÊNCIO CORTANTE
O que dizer às lágrimas
ligeiras, escorrendo feito rio incontrolável...
será que adianta? Se por onde passa, só assiste
um terreno abandonado, um espaço baldio.
Amor platônico é um dia amanhecido,
sem réstia de sol, numa casa feia, abandonada,
com as janelas fechadas, sem circular a ventania,
de folhagem seca, roçando o telhado, ferindo
sem dó, a alma desconsolada.
Amar sem ter amor, coração estarrecido,
confusão de gatos gritando... rasgando a noite,
confortando um silêncio cortante, asas doloridas,
quebradas, de invernos, são os pássaros da ilusão,
eterna adolescente, cegueira sem cor é a paixão.
Sonhos não passam de passarinhos soltos,
fantasiando sempre alcançar a lua deslumbrante...
com olhos de sonhos vazios, mas repletos de amor,
fitando o céu sem amor, vida de solidão aumentando,
a paz aos poucos se acabando... perdida, terreno
abandonado e esquecido, é uma alma sem amor.
Autora: Liduina do Nascimento
Uma pedra
A janela do tempo chamou
a atenção da vida...
que aos poucos estava indo.
À beira do riacho, pensativa,
queria dizer qualquer coisa,
contar
que a menina que havia,
e que corria depois pelos caminhos,
sorrindo, quando as flores azuis
pequeninas colhia...
e as amava,
elas lhe causava estranha alegria,
porém a menina, não estava mais.
A descoberta aconteceu
no descer as escadas da casa,
no topo da serra, por onde
destemida atravessava o riacho,
envolvia-se com o barulho
das fontes, incessante feito
os pensamentos que ferviam.
De fundo, o verde.
Inconfundível, chamando,
cantava o sabiá-laranjeira...
ela escutava,
entre outros cantos.
De volta à realidade,
sentia a brisa
refrescante, sob o sol brando.
Pés de caminho livre, pedras variadas
de cores, algumas delas
escorregadias por força do limo.
Um sonho fugindo,
sequer aparecia.
O encanto era só da natureza,
e não da sua alma,
por dentro morriam as fantasias.
Precisava voltar para um lugar
que já não era refúgio,
enfrentaria o evidente agora!
Sem lágrimas ou desgostos,
sem desejos de nada mais percorrer...
De nada mais precisava e,
sem pedras nas mãos, delas
apenas uma, e precisava,
para pôr no lugar do coração,
aos poucos estava à morrer.
Passarinhos
O meu olhar que neles se prende,
sem qualquer pressa,
enquanto eles voam... e cantam,
livres, lindos e inocentes, embalam
o meu existir...
nem sabem de mim, se soubessem
mais e mais sei me cantariam, e
não sabem o quanto me encantam.
Passarinhos,
que tanto amo! Foi sempre assim.
Mais que poesia, de sonho delicado,
passarinhos... dá força à vida!
Não é pelas cores de suas asas,
ou pelo seu canto animador,
talvez, suas agilidades e leveza.
Nada de mais lindo há na natureza.
É a sua própria existência, pousar
de leve, trazendo demasiado jeito
de me fazer sonhar,
atração de alma, esse amor por
passarinhos soltos pelos ares,
que junto me faz flutuar!
Não é só pelas suas cores, não é
por vontade de tê-los, jamais
querer prendê-los, a não ser pelo
meu olhar que os segue, e voa
em suas asinhas aos ventos, ouve
os seus cantos, gritos, sem se cansar.
Dando movimento à minha vida,
e as suas vidas, me traz um mais que doce
inspirar.
Não é paixão
Quando eu senti o amor invadindo minha alma,
foi uma sensação que muito estranhei, pensei
que fosse um tanto de agonia e de loucura, uma
incansável e agradável sensação... remexendo
as minhas atitudes, fazendo pulsar mais forte
o coração, não foi e nunca será paixão, é amor.
Falta
Enquanto é noite, o mar se esconde,
alguns passos reaprendem, trilham
os mesmos caminhos... levando a lugar
nenhum um desejo,e vai... com atenção
nos tantos esquecidos detalhes... seus.
Uma falta que falta.
Falta o riso, o olhar, a graça,
o pronunciar o amor com alegria.
Presa à alma, restos de poesia.
Ainda,algumas palavras habitam
lá dentro...
outras se perdem sem eco, a doçura
aos poucos vai amargando, noites
e noites, nada bem vindas, torturando
os pensamentos.
Tristonhavem outra madrugada,
sonhos solitáriosvão sumindo, descendo feito chuva
banhada em lágrimas pelas calçadas.
O mar noturno queria ser, para assim ficar
invisível, ao menos nas noitesque já não posso
sequer sonhar com você.