Fabio de Melo Acaso Deus Felicidade
O que eu acho mais ridículo nos diálogos, são aqueles que se dizem intelectuais. Estes querem apenas estar certos para erguer um troféu. Esqueceram o significado da palavra Filosofia: amor pela sabedoria.
Tudo que dizemos para alguém é o que a consciência quer nos dizer, mas em vez de refletirmos, externamos, projetando para outra pessoa.
Quero sentir o gosto do beijo sem me preocupar com o depois. Sentir a sensação de estar dentro do corpo. Vida que me impulsiona a querer ser livre, voar pelos quatro cantos do mundo sem precisar de documentos. Sentir o vento que toca os poros. No orvalho, a lágrima de Deus. “Por que fizeste a vida para que sofram?” Pergunta o velho desolado olhando pra cima. A vida já havia lhe tirado tudo. Da onde Deus se escondia soavam notas musicais, cada som um significado, ele era o maestro que conduzia o espetáculo. O sofrimento era parte do enredo, dava sentido a alegria. Dias daqueles que qualquer um sonha, céu azul, sol penetrante… os olhos eram dois diamantes, a boca revelava os segredos que guiavam… o enredo.
Haverá realismo nas redes quando cada indivíduo baixar a máscara da vaidade para divulgar suas dores e fracassos.
Na tua te encontrar em cada olhar, todo silêncio que tende a nos calar, peças a se encaixar, prática de uma estrela que produz sua própria luz, me encontrei em correntes que aprisionam minha alma, meu ego enganado pelo show de luzes, sabores, odores; o espetáculo, meu desejo sendo fabricado dentro de um laboratório, na minha época ainda existia escritório. tecnologia que produz nossa artificialidade, vou conferir as notificações, interações irrelevantes, plano de dominação, estado inoperante, na mídia mais fuga, meu corpo que adormece, anestesiado pela interação, intérprete como quiser, franqueados que comprovam. Sistema acadêmico, gênios enlouquecendo. O cantor que chora suas decepções em voz alta. As pessoas que circulam, aparentemente todo normais, pagam impostos e nas redes fingem que são os tais, quais? Aquele que manipula uma câmera, eu infiltro no filtro,eu respiro meus líricos, me oriento no centro, cada som é um ruído, cada imagem uma luz. O corpo é vazio do ronco do estômago.
Sou mais um cidadão comum, vivendo no seu mundo de faz de contas, fingindo sanidade enquanto vigio e invejo as pessoas. No meu mundo o que vale mais é material, filano e beltrano vendem a alma pelo desejo. Vivo um amor platônico com a substância produzida pela ciência que jurava ser libertadora. Desejo, dopeamina, serotonina não me excita, Influências metafísicas, arte que impulsiona. Me encontro dentro de todo aquele que sente no momento presente, até dentro de quem vive imóvel. Meu nome é inacreditável, aquele que bebe um pouco mais de sanidade.