Exigente
Homem bonito e solteiro, das três uma: gay / não quer compromisso sério / é muito exigente. Rsrs. Ainda há uma quarta opção (rara, mas há): esperando em Deus.
Não sou muito exigente em relação a minha vida.
Se perguntas meu tipo de homem preferido, digo-lhe um que tenha coração,
no que quero trabalhar, num emprego com carteira assinada,
onde quero morar, num lar.
desculpe-me se sou uma aberração da natureza por pensar assim.
" Eu sou exigente e como tal não aceito viver de uma forma medíocre, para mim a vida é muito mais do que apenas sobreviver...
talvez seja eu demasiado exigente, talvez não saiba aceitar que alguém escolha viver na sombra da vida por ser mais fácil, talvez eu ache que toda a gente devia pelo menos experimentar amar e me revolto quando vejo isso a não acontecer, talvez afinal o mundo esteja certo. .ou talvez não. .
Sou exigente ao escolher um perfume, ele tem que ser marcante, avidez ! Falar muito mais do que minha personalidade.
Seja uma pessoa exigente com os que deveriam te representar na política, abata a cultura do" Roubou Mas Fez" e seja inteligente.
Contrariedades
Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.
Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.
Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.
Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve conta à botica!
Mal ganha para sopas...
O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.
Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais uma redacção, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.
A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A Imprensa
Vale um desdém solene.
Com raras excepções, merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e a paz pela calçada abaixo,
Um sol-e-dó. Chovisca. O populacho
Diverte-se na lama.
Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.
Receiam que o assinante ingénuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convém, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.
Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua "coterie";
Ea mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.
A adulaçãao repugna aos sentimento finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exactos,
Os meus alexandrinos...
E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe humedece as casas,
E fina-se ao desprezo!
Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!
Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?
Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a "réclame", a intriga, o anúncio, a "blague",
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras...
E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe a luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!
Análise
A análise minha, por ti feita achei-a
muito exigente.
Não tenho culpas guardadas, só saudades tuas
acumuladas, é o que o meu eu, mais sente.
Fora isso, tudo vai bem.
Complexos, não tenho. Amar, amo.
Rancores, pesam muito, ódio; não sei o que é.
Recalques, passam longe.
Só um mal em mim há, e não há como curar,
vivo pensando em ti tomara possas ajudar,
isso eu espero demais.
De concreto, com certeza, não vivo sem tua beleza,
gosto do teu sorriso, e te amo cada vez mais.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Se educas ao teu filho a ser sempre tão exigente quanto a sua avó,provavelmente farás dele um bom caráter