Eu sou uma Mulher Super Perigosa
Eu não o culpo mais. Na verdade, nem sei se ele teve realmente culpa por tudo isso. Só sei que, às vezes, me lembro dele. E não sinto mais aquelas dores de antes. Não sinto raiva, nem saudade. Não fico mais triste e nem perdido. Só permaneceu a certeza que eu sempre tive: uma hora o tempo iria passar.
De todos os rapazes que eu tinha visto ali, naquela manifestação, ele era o mais entregue, parecia um filósofo platônico, sabia se portar, tinha umas coisas que fazia a gente não tirar os olhos. E quando o vi, em meio àquelas fumaças de gás lacrimogêneo, mesmo sendo tudo muito rápido e assustador, tive certeza de que havia sido feito unicamente para ele.
É mesmo que o dia fique ruim, que eu me sinta mau,não sinta vontade de viver lá estará você sorrindo pra mim lembrado que tudo está bem mesmo estando ruim.
Dezessete
Enquanto o tempo zomba da minha saudade,
eu me deleito em desejos intensos, sedentos, ávidos, incompreendidos...
Que vontade de te beijar,
de sentir teu corpo numa brisa leve.
Ando pela metade,
buscando incessantemente em cada acorde, em cada melodia
aquela tarde de sol a pino,
onde por alguns segundos
tornamo-nos um só.
A música soava rente a nossa pele,
e eu só queria que o tempo parasse naquele instante
pra eu poder te guardar nos meus versos
e te buscar a todo instante.
É impossível que teu cheiro
não permaneça estampado em mim,
que teus verdes olhos não ofusquem
tudo o que eu não queria sentir,
mas sinto.
A luta diária para que tu
não invadas terminantemente os meus sentidos,
enjaula todo o meu ser
que grita obcecadamente,
por um dia que não volta.
Depois daquela tarde
nada mais ficou no lugar.
Os teus segredos que tanto eu temia
já não me tem importância,
nessa atual e relevante vida.
Inevitavelmente prendo-me em oração
para que de alguma forma meu corpo,
não se perca de ti...
EXTRAVIO
Eu preciso de um poema
Forte
Inanimado
E absolutamente vazio.
Eu pressinto um poema
Na liturgia velada do teu jogo de sombras
Posto que sei imenso do azul.
Eu esgoto o meu desejo
E arrebento o desconforto
De ter tido saudade
De ter tido o tempo exato
De desmerecer o cálculo.
Eu imploro o poema digno de nada
Digerido em minha ossatura tenra
E despreparada.
Eu impugno o poema que me cospe
O sabor errático da vitória.
(Em mim, gangrena)
Eu mastigo o fracasso
Como quem disseca
A ultima doçura daquela goma
- já incolor -
A grudar intestinos.
Eu encolho o poema
E sem as rimas
Disfarço
A dimensão de meus pormenores.
Eu esqueço o poema
No bolso da calça preta
E amarrotada
Que um dia já existiu na minha lembrança.
Eu preciso o poema
Na falta
Na tua falta
Em não presença
De estar aqui.
Eu
Simplesmente
Perdi
O poema
Num achado de esperanças.
MILENAR
Quando disse
Eu te amo
Da última vez
Quis dizer ainda
Entre tanto...
Tenta agora
Calar a voz
do tempo...
Já tem mil anos.
SOFISTICADO
Eu te retiro
Dos direitos adquiridos
De todos os sábados
Dias santos
E domingos
Eu miro
E atiro
Meu amor é um cínico
Alvejado no rosto
E com um sorriso torto
Caído ao chão
Do sofismo.
CAPITAL
Sabes
Eu invejo o teu sono...
Como te toma e ampara
Nas hastes invisíveis do fantástico.
Como recobre teus olhos
De pálpebras súbitas e inalteradas
Tantas tais poucas as asas
de um poema.
Teu sono repousa minhas vestes
E me condena
A permiti-lo à espera
No desejo a salvo
Insone, meu apelo é um leigo
A guardar-me no enleio
De teus largos braços.
POEMA PRETERIDO
E se eu te escrever
Um poema
Que não for teu
Mas capaz de restaurar
O silêncio que exalta
Nossas memórias ressequidas?
E se eu for capaz de te amar
Mas nunca mais
Capaz de te escrever
Poesia alguma?
Como fica?
Um dia
Um dia eu estive lá.
Vi você correndo alegremente
Com os cabelos soltos cheirosos
Radiante feliz e sorridente.
Um dia eu vi você.
Pular em meus braços.
Apertar-me tão forte
A mais não poder.
Um dia eu estive lá.
Incontido em tudo.
Desejoso de me afundar
Na meiguice do teu olhar.
Um dia eu vivi lá.
Passeamos abraçados
Vontades e desejos entrelaçados
E ao fundo... O mar.
Um dia contemplamos juntos
O mais lindo entardecer.
Te fizeste tão minha.
Fiz-me tão você.
Um dia eu tive que voltar,
A tristeza foi tanta que me corroeu.
Enquanto meu eu doloria ao retornar
Imagino que você também sofreu.
Eu não quero o amor de ninguém, caramba. Não quero da família nem dos meus amigos. Eu só queria o dele. Apenas o amor dele. Eu nem queria ter posse dele. Eu não o prenderia. Eu apenas queria que ele me amasse. Só isso.
Agora eles serão felizes. Agora eu ajudei eles. Ele me odeia. Eu não passo de algo insignificante pra ele. Uma estranha, como ele mesmo disse. Quantas coisas mais ele já disse? Se eu fingisse não te amar, você me reconheceria? Vou tentar. Essa é minha única opção mesmo.
Quando eu estou com os meus amigos está tudo bem. Eu rio e me divirto. Mas quando eu estou sozinha, não dá. Na primeira oportunidade eu já me entrego aos espíritos ruins. Quando eu estou só... Talvez o perigo more na solidão. Talvez ela seja mais traiçoeira do que aparenta. Por favor, uma corda e uma cadeira. A árvore fica logo ali. A morte, também. Ela é a solução.
Se eu tivesse dois corações
mesmo assim não seria suficiente para amar
todas as pessoas que merecem o meu amor!
Eu procuro todo dia, com atenção,
aguar no jardim a minha flor;
que importa se criticam minha ação?
É assim que floresce o nosso amor!...
Oi solidão, há tempos que não lhe via, vai bem? pois eu também
sabe o amor? acabou de sair, sempre que ele vai leva o meu sorrir
faz promessas dizendo que não vai voltar, mas sempre esquece algo e volta a me perturbar... chega mansinho sabe? todo jeitosinho, me fazendo carinho e eu caindo, fala pra eu dar uma nova chance que todos merecem ter um romance, sou bobo e acredito e claro acabo abrindo a porta ele sem demora mais uma vez começa sua covardia, porque que eu sei que mais dia menos dia, como numa brincadeira de criança ele se desencanta e mais uma vez choro como criança.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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