Eu sou tudo e nada
Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco.
Quer saber quem eu sou? Tá, vou tentar explicar...
Quem sou eu? Não sei se saberei responder, mas vou tentar.
Sou um cara cheio de defeitos, manias e excentricidades, mas tenho algumas qualidades e virtudes também. O que posso dizer é que não possuo opinião formada acerca de nada, apesar da maioria das pessoas dizerem que devemos possuir sempre uma na ponta da língua. Como disse certa vez Raul Seixas, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, ou seja, sempre mudo meus conceitos e opiniões, estou sempre aberto para ouvir as ideias alheias e, aceitá-las, caso sejam plausíveis. Não sou comunista, nem esquerdista, como algumas pessoas costumam pensar de mim, sou um cara mais de centro, mais diplomático, até porque o comunismo acabou. Agora socialista isso sim eu sou. Preocupo-me com as causas sociais, com os outros indivíduos e com o futuro do meu país, apesar de sempre difamar o povo que pouco luta para melhorar os problemas da nação e da maioria de nossos políticos, que estão preocupados apenas com eles mesmos. Odeio ser pretensioso, arrogante e também odeio as pessoas que possuem tais características. Aliás, eu odeio quase tudo, acho a maioria das pessoas idiotas ou, no mínimo, tolas ou alienadas. Sou pessimista, mas no sentido literal da palavra, ou seja, tenho a tendência de pensar que está tudo péssimo e há muito para melhorar, mas não sou negativista como muitos pensam. Também não tenho esperanças quanto a nada, esperança é para os preguiçosos, prefiro lutar pelos meus objetivos e torcer para que se realizem não ficar esperando que as soluções caíssem do céu. Tenho sonhos, mas esses são coisas menos palpáveis do que os objetivos. Sonhos são para você fugir da rotina, servem como escapismo, lógico que devemos procurar realizá-los, mas se não conseguirmos, não é motivo para choro, apenas para comemoração por ter tentado. Sou existencialista sim, admito, mas é porque odeio uma vida sem questionamentos, acho que por isso adoro os filmes do Bergman. Não sou depressivo, como alguns insistem em dizer, a depressão é para os fracos, só que às vezes fico triste, como todo mundo, aliás. Não dá para aceitar o que os outros falam sem questionar, sem ter espírito crítico. Sou uma pessoa simples, me satisfaço apenas com um bom filme ou um bom livro, isso já basta para me fazer feliz. Não sou perfeito, ainda bem, pois se não fosse assim, estaria completo e ser completo não tem graça. Uma pessoa completa não questiona e não tenta melhorar seus erros, pois não possui defeitos. Adoro a rotina, odeio mudanças bruscas, exceto em meus conceitos e opiniões e, acima de tudo, aceito críticas e as ouço com atenção para buscar sempre melhorar e corrigir meus erros. Não sou ateu, mas também não me peçam para aceitar a “coleira” que todas as religiões tentam nos colocar. Possuo minhas crenças e elas são minhas, por isso não me peçam para partilhá-las. Sou detalhista e, acima de tudo sou perfeccionista, não chego a ser um Stanley Kubrick, é claro, mas gosto de tudo bem feito. Sou uma pessoa sincera, odeio mentiras, apesar de às vezes eu fazer isso. Não sou racista, preconceituoso, etnocêntrico, homo fóbico ou xenófobo. Respeito às outras pessoas, suas opiniões, seus modos diferentes de encarar a vida e a cultura alheia. Odeio pessoas que falam o que não sabem que reproduzem besteiras que ouviram com outros idiotas. Possuo memória fotográfica, lembro-me de todos que vi pelo menos uma vez na minha vida. Tenho uma memória excelente, guardo todas as informações, principalmente sobre cinema, às vezes me impressiono com a capacidade de meu cérebro. Sou paciente até demais com coisas que não seriam necessárias de sê-lo e apressado com outras situações em que seria melhor ser metódico. Sou inteligente, às vezes até um nerd ou cdf chato, mas prefiro ser assim, do que ser um idiota, tolo ou alienado, mas às vezes me comporto como um completo imbecil. Não tenho mais paciência pra ficar me descrevendo, acho que já disse tudo que podia e que não podia sobre mim. Façam suas escolhas, querem ser meus amigos ou não?
Não gostou de mim? kkkk, entra na fila, mais vou logo avisando;. À Fila é grande pakas ... kkk
Não é esquisito? Só podemos nos ver por fora, mas quase tudo acontece do lado de dentro.
Angústia é descobrir que somos pedaços de carne largados num planeta perdido e menor, e que tudo isso não faz sentido algum.
O mais difícil de tudo é perdoar a si mesmo.
Amar você me manteve vivo, enquanto eu estava na água, eu fiz um trato com Deus. Se ele me deixasse ver seu rosto mais uma vez, nunca mais pediria nada a ele. Bom, ele cumpriu a parte dele e eu vou cumprir a minha, irei embora sem pedir nada!
Quanto mais louco fica o mundo, mais espaço eu tenho para ser louca e parecer normal. Isso não é bom?
Quã louco e estranho e divertido parecia tal plano, na hora que eu pensava nele! - seguir os passos da sombra, ver onde é que ela vivia, se é que vivia mesmo, e conversar com ela como se fosse uma pessoal igual ao resto de nós.
Não, eu não queria o homem perfeito que eu idealizei não, eu só queria um homem de verdade. Um homem que namora de verdade, que ama de verdade, que tenta de verdade, que encara a vida de verdade, que sofre de verdade, que tem saudade de verdade, que tem dor de verdade, que é humano de verdade.
Zelador
No domingo veio o Gustavo. Esse eu confesso que não é o que se pode chamar de irmãozinho, ainda que a gente já tenha tomado muitos banhos juntos. Mas olha, seu Zé, que menino mais fofo: veio me trazer um presente. Uma luminária super bonita, dessas de chão. Você não acha que ele mereceu aquele beijo que eu dei nele no elevador? Eu sei que o senhor viu, sei bem. E sei também que o senhor viu que não foi bem um beijinho inocente. Mas ele não merece? Um presente bacana desses, veja só! O senhor entende, né?
Na terça tava um silêncio danado na rua, a maior paz. E eu sei que acordei o senhor. O senhor tava lá dormindo escondidinho na guarita, não tava? E eu no interfone desesperada pra subir logo. Mas o senhor logo entendeu meu desespero, não foi? Não vou enganar o senhor não, pra esse eu dei mais do que um beijo safado no elevador e uma mordiscada irmã no braço. Pra esse eu dei banho e fiz até torrada no café da manhã. O senhor viu como ele era bonito? Nossa. Ah, o senhor reparou também que ele é bem mais novo do que eu? Caramba, seu Zé, mas tá tão na cara assim? Só porque ele usa o moletom da faculdade? Aliás, que moletom mais cheiroso, seu Zé.
Que será que tá acontecendo comigo, heim? Ando muito a fim desses garotinhos que ligam pra avisar a mãe que não vão voltar. Será que é a crise dos 30, Zé? Ou será que já que o cérebro de um de 20 é o mesmo que o de um de 50, então pelo menos vamos ficar com o melhor desempenho na corrida dos 100 metros rasos? Essa vida viu, Zé. Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Uma tora. Um macho.
Na quarta eu não vi o senhor, mas será que o senhor me viu chegando cedinho, com o dia amanhecendo? Balada, Zé. E da boa. Sabe quem tava lá? Esse mesmo. Ele que veio me trazer, o senhor não viu? Ah, o senhor viu? Que vergonha. Eu tava meio caindo pelas beiradas não era? Era sono. Tá, um pouco disso e um pouco daquilo também, mas basicamente sono. O senhor não viu ele indo embora? Então somos dois. Mas vou confessar pro senhor: adoro quando eles vão embora sem me dar nenhum trabalho. Se eu cobro? Que é isso, seu Zé! Tá louco? Sou menina de família! Escritora, publicitária e à espera de um grande amor. Mas to me divertindo, ué. Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, tô só obedecendo todo mundo. Não é isso que todo mundo acha super divertido? Beber e fumar, e beber, e fazer sexo sem amor, e beber e fumar e dançar e chegar tarde e envelhecer e não sentir nada? Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada. Nada. Uns vem, uns vão. As garrafas tão lá, ao lado do lixo. As cinzas saem dançando por aí. As minhas vão junto. No dia seguinte eu acordo, tomo um banho, passo protetor solar, sento na minha varanda com o meu jornalzinho e ó: nada. Nadinha. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa. Mas hoje é quinta, hoje tem visita. Hoje tem risada alta, tem festinha, tem maquiagem e música. O senhor promete que não me julga, Zé? Eu sei que você se atrapalha, liga aqui pra cima e fica até mudo. São tantos nomes, não é? Mas é só fazer que nem eu: chama todo mundo de “o outro”. Todos são outros. Porque o de verdade, Zé, o de verdade não existe. A gente chora, escreve lá umas poesias profundas, chora, mas um dia a gente acorda e descobre que esse aí não existe não. Amanhã é sexta, um novo dia. Um novo outro qualquer. Eu queria te dizer que eu sinto muito, Zé. Mas eu não posso te dizer isso porque a verdade é que eu não sinto mais nada. Nadinha, Zé.
Eu sei que às vezes estou bem longe do ideal ou de qualquer coisa que seja perfeito, por isso eu agradeço a você, por gostar de mim do jeito que eu sou.
Acho que eu não deveria me preocupar. Se alguma coisa vai acontecer com você, acontece, não dá para fazer acontecer. E nunca acontece enquanto você não passa além do ponto em que se importa se acontece ou não. Acho que é para seu próprio bem que as coisas acontecem assim, porque depois que você para de querer as coisas é quando ter as coisas não vai mais enlouquecer você. Depois que você para de querer as coisas é que você consegue lidar com o fato de ter as coisas. Ou antes. Mas nunca durante. Se você consegue coisas quando realmente queria as coisas, você enlouquece. Fica tudo distorcido quando alguma coisa que você realmente quer cai no seu colo.
Não sei se as pessoas choram de forma diferente umas das outras, eu choro contraída, como se alguém estivesse perfurando minha alma com uma lâmina enferrujada, choro como quem implora, pare, não posso mais suportar, mas o insuportável é uma medida que nunca tem limite (...) Enquanto choro penso que se alguém me visse chorar dessa maneira me salvaria, prestaria socorro, chamaria uma ambulância.
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