Coleção pessoal de IsabelleStardust

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Tua cara me parece um céu de estrelas
Que moram escondidas na tua boca.

Inverso do avesso
E um verso.

Todo meu amor nasce bem dentro do meu estômago
Ali se brota feito uma flor,
Ou borboletas me causam incômodo.
O frio na barriga me faz geleira
Até quando estou em Marte,
Na Lua me falta o ar, amor,
Mas falta mais quando tu me parte.

Quero entrar bem fundo dentro desse teu carma
E quando estiver sem ar,
Dar um beijinho nessa tua alma.
Nadar despreocupada contigo
Em meio ao cosmos do teu umbigo
E fazendo coreografias no céu, amor,
Quem sabe tu gosta da vida comigo.

Se desse jeito eu te amava inteiro
Que nós etéreos cria nevoeiro,
Pra que nos fumem até ficarem loucos,
Verem que no mundo, amor,
Os problemas são poucos
Que se resolvem dentro do chuveiro.

Chovia dos olhos enquanto pintava,
Tudo que a chuva via, borrava.

Girava pela tua cintura, bailarina,
Feito anéis de saturno.
Contando estrelas, nas tuas costas,
Constelações de um céu noturno.
Congestionamento no teu trânsito ativo,
Sempre que eu ia à Marte
Na era de aquário, amor,
Nadei contigo por toda a parte.
Na conjunção de Vênus com tu,
Fui no zodíaco te buscar,
Que a carta de tarô, louca,
Insistia em dizer pr’eu te amar.
E quando nós juntos, corpos celestes,
Expandindo pelo espaço
Choveu meteoros naquele dia, de noite,
Culpa do nosso abraço.

E se me perder no teu abraço
Quem será que me encontra?
Fico feliz, a vagar pelo espaço
Tempo passa, não me dou conta.
É que eu cabia no teu colo direitinho,
Sumi no mundo quando achei o teu carinho.

O mundo sempre foi assim de girar
Mas desde que te vi foi eu quem começou a rodar
Virei órbita fazendo rotações no teu umbigo
E tu meu satélite, largou tudo e veio comigo,
Quando tivermos a nossa própria lua a gente enlouquece
Uiva na rua, agita as marés e do resto, amor, se esquece.

De tanto que eu girei contigo essa noite, tô tonta!
Então deita aqui comigo, amor, e me monta
E faz da minha rotação constelação na tua boca
Depois dorme bem juntinho que é pr'eu não ser tão louca

Foi de muito te olhar que o meu olho embaçou
Nunca deixei de te amar - meu mundo pra sempre rodou.

Não faça do amor algo tão sofrido
Que ele não passa de um dia bom
Susurrando besteiras ao pé do ouvido.

Pedi por favor por você pra uma estrela cadente
É que eu, cega, nunca dei por perceber
Que sempre foi tu, amor, que tava ali, na minha frente

Quando eu te enxerguei, fui logo ser tua
Que bom!, enfim encontrei - culpa da lua!

Tu fala bem a minha língua
Com tua língua tu me cala
E dança pra mim na sala
Só pra ver eu te querer

Fez bem do jeitinho certo
E agora, amor, tô perdida
Tô presa na tua vida
Quero ver tu desprender

Tu me brilhava feito purpurina,
Eu te amava como bailarina.

Tu

Tava escrevendo um poema triste
Mas lembrei de ti, amor,
Tu existe!
E parei na hora com a dor
Pra falar, quem sabe,
Agora de flor
Que é o que tu parece
Quando bem me quis
Quando me aparece
Quando tu fica nu
Quando tu mal m’esquece
E me deixa feliz.

Teatro não serve para nada, pensam alguns, e literatura é elitismo, pensam outros, e na verdade não pensam, porque é no teatro e na literatura que encontramos a transgressão possível e a provocação necessária. O mundo não anda fácil nem digerível. É homem-bomba explodindo em festas de casamento, é corrupção pra tudo que é lado, é muito desamor travestido de prazer, é uma urgência de ser feliz que impede a construção da felicidade mesma, que é mais vagarosa. Para onde estão indo todos nesta correria? Não sou a única que ainda vive, em certos aspectos, na era da pedra lascada, mas corro igual, porque se parar, me atropelam. Regurgitar: vomitar. Fagia: comer. Então regurgitofagia é simplesmente expelir o inútil e voltar a se alimentar do que precisamos. E do que precisamos? Anote aí, é pouca coisa: silêncio, arte e amor.

Não sou nada especial; disso estou certo. Sou um homem comum, com pensamentos comuns e vivi uma vida comum. Não há monumentos dedicados a mim e o meu nome, em breve, será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou.

Homens insistem em amar a mulher pela sua falta. Eu insisto em querer ser amada pelo meu excesso.

Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.

Guardar o amor numa caixinha, subir no banquinho, colocar bem alto no armário, fechar a porta. Mesmo assim, de vez em quando despenca tudo.

SÃO PAULO

Engraçado...
Uma cidade tão grande,
Com ruas tão ocupadas,
Rotinas tão recheadas,
E ainda assim existe
Muita gente se sentindo sozinha.
Existe tantas peças nesse quebra-cabeças,
Tanta gente pra se completar,
Tanta gente pra ser completada,
Tanta história de amor que nem existe
Mas que um dia pode ser contada.