Eu Sonho o que eu quero Pedro Bandeira
Lembranças de você
A lâmpada da sala acesa e eu sem sono.
O lápis a rabiscar linhas vazias.
O abandono silencia até meus pensamentos.
E em tentativas desesperadas tento encontrar
O que fazer agora, aqui sentado, calado...
Presença constante de lágrimas
Nos olhos fixos no vazo sobre a mesa.
Inquietude no peito...
Lembranças de você!
Eu lembrei...
Lembrei daquele olhar!
Lembrei do seu sorriso e lembrei que eu amava te admirar.
Lembrei daquele seu jeito;
Único
Maravilhoso e perfeito.
Eu to com saudades da sua voz...
To aqui lembrando de tudo, eu estou aqui pensando em nós.
Você não pensou em mim quando do nada resolveu desistir!
Não pensou que eu poderia estar muito afim, foi embora, me deixou sozinha e então eu sofri.
Não pensou que eu poderia chorar e a noite ficar sem dormir.
Me deixou triste e eu me oprimi.
Você não pensou, né, que você arrancou o sentimento do meu coração causando uma dor sem fim...
Você não pensou, não pensou em mim.
Aqueles dias em que eu me acordo e não sinto vontade de me levantar voltaram. Eu viro de um lado, viro para o outro e tento dormir novamente. Não consigo. Meu corpo já está saturado de tanto dormir. Mesmo assim, não sinto vontade alguma de me levantar. A fome chega e eu tento calá-la. Não quero me levantar. Não vou. Queria ficar e dormir por um longooo tempo. Queria que o tempo lá fora congelasse e me deixasse ficar aqui na cama o tempo que eu precisasse.
Ela está com um pé lá e outro aqui. Se alguma coisa sair do controle ela pode dizer “Eu já sabia. Isso não me surpreende mais”.
Quase, ainda não!
Faz tempos eu não escrevo nenhuma poesia
Não consigo organizar as palavras com sintonia
Divago em pensamentos sem nenhuma magia
Alimentando minha alma com monotonia
Nem com o trago do cigarro eu me trago
Nem com o sopro do vento eu me embalo
Nem no silêncio da noite eu me acho
Nem no canto das cigarras eu viajo
Diante de mim, por mim e em mim
Reflito o marasmo que eu me permiti
Clamo o poeta que sucumbe nos trilhos
Incrédulo, desvairado, acuado e solitário
Que compadecido renasce em mim
E é por ele que eu não me calo.
Eu me trago.
Em cada trago, eu me trago
Lembro- me, que você me deixou em pedaços
Me refiz de trago em trago
Mesmo com toda a dependência desse trago
Eu ainda prefiro o cigarro!
AUTOPOESIA
Eu não me chamo liberdade
Mas a anseio como necessidade
Meryellen, é apenas um detalhe
Que me nomeia na sociedade
Esse nome incomum de grande significado
Pássaro negro, voa e voa, o mais alto
Buscando horizontes sem medo
Até em dia nublado, cinza e fechado
Gosto tanto dos que são de verdade
Porque os de mentira, são pura maldade
Carrego o bem, sem olhar a quem e admiro a lealdade
Nem anjo e nem demônio, mas tenho dignidade
Olho por vários ângulos, mudo de opinião
Principalmente, se eu não estiver com a razão
Sou um ser em constante mutação
Sou eu mesma em busca de evolução
De várias formas, sou carinhosamente chamada
Maria Helena para os bilíngues e Mery para os de longa data
Me chamam até de Merica, onde na infância fui apelidada
Não me importa como me chamam, só quero ser respeitada
Eu sabia!
Que se me envolvesse
Me machucaria
Se eu confiasse
Eu sofreria
Mas e se eu não me entregasse?
Aos poucos eu morreria.
Não gosto de nenhum dos três tempos. O passado eu já vivi e quebrei a cara, o futuro já é horrível por não saber se te terei novamente algum dia, e o presente que estou vivendo tá cada dia mais triste
Uns dizem eu ser maluco, outros dizem ser um tipo bacano, uns dizem ser má outros dizem ser bom.
Mas, não importa a opinião sobre nós, o facto de ter opiniões de formas diferentes, faz parte do ser humano.
E por agradar a uns e não agradar a outros, não faz de nós ser má ou bom, ser bom é cometer o bem, e até mesmo cometer o bem pode não agradar.
